Ligações para centro de apoio a vida aumentaram 60% nos últimos meses

“É bom saber que há 21 anos temos uma instituição preparada para dar apoio emocional às pessoas, não só de Itabira, mas em nível nacional”, Coordenador do CVV de Itabira, Romar Cândido

Coordenador do CVV de Itabira acredita que aumento pode também estar relacionado à disponibilidade dos voluntários

A pandemia da Covid-19 e o isolamento social podem ter contribuído para o aumento de chamadas para o Centro de Valorização da Vida (CVV), Organização Não Governamental (ONG) criada em 1962 e inaugurada em Itabira em 15 de setembro de 1999.
Na cidade, o órgão é mantido pela associação Voluntários Itabiranos Valorizando a Vida (Vivavida), sob a coordenação de Romar José Cândido. Ele conta que o propósito é oferecer apoio emocional e de prevenção ao suicídio, com atendimento sigiloso e humanizado, com escuta às pessoas que querem e precisam conversar.

“É bom saber que há 21 anos temos uma instituição preparada para dar apoio emocional às pessoas, não só de Itabira, mas em nível nacional, com prevenção de 90% dos suicídios, conforme dados da OMS [Organização Mundial da Saúde]”, diz.

Aumento de chamadas

Em se tratando de atendimento nos últimos 12 meses, o aumento foi expressivo em todo o Brasil e em Itabira não foi diferente. Até março de 2020, em média, o CVV recebia 25 chamadas por dia e nos últimos meses saltou para 40, ou 60% a mais. “Este aumento pode também estar relacionado à disponibilidade dos voluntários e não reflete em mais suicídios”, ressalta Romar Cândido.

Estatísticas

O suicídio é considerado como problema grave de saúde. No planeta, a cada 40 segundos, uma pessoa dá cabo à própria vida. É a segunda causa de morte entre as pessoas de 15 a 29 anos. No Brasil, a cada 100 mil habitantes, 6,5 se suicidam.
No mês de fevereiro de 2021, foram registrados 946 suicídios no Brasil, 12ª posição em causas de morte, conforme dados do Ministério da Saúde (MS). A Covid-19 aparece em 1º com 30.438 mortes, seguida por câncer, com 17.013, e em terceiro, cerebrovascular, com 7.754 mortes.

Estrutura

Atualmente, o CVV atende em rede nacional por meio do 188. A unidade em Itabira conta com 23 voluntários. Por semana, cada um doa 4h30 de seu tempo à instituição. O atendimento local é das 18h às 22h. Para ampliar o atendimento, principalmente na madrugada, quando as chamadas aumentam, o ideal seriam 60 voluntários.
Para a manutenção, existem dois convênios. Um por meio do Ministério da Saúde, que mantém a linha para receber chamadas 24h por dia, de celular, ou fixo, e o atendimento online.

Em Itabira, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Assistência Social, mantém um convênio para pagamento de aluguel da sede, instalada na rua Topázio, 248, Major Lage de Baixo. O atendimento presencial está suspenso desde março de 2020 devido à Covid-19.
Os voluntários, além de doarem o tempo, também contribuem com a manutenção da associação.

Além do número 188, o CVV atende pelo chat: “www.cvv.org.br/chat/”, e por e-mail: “www. cvv.org.br/e-mail/”.

Matéria publicada na edição 731 do Folha Popular.