A expectativa de que a gasolina e o etanol em Itabira iriam acompanhar a praça de João Monlevade terminou como um voo de galinha, não foi longe.
A aposta foi na revenda de combustíveis que prometeu menores preços na cidade mineradora, mas que entrou na roda e já vende a gasolina mais cara R$ 0,30 e o etanol R$ 0,60, se comparado a João Monlevade.
Tudo começou quando o grupo Longana, que mantém revendas de combustíveis em João Monlevade e São Gonçalo do Rio Abaixo entrou para o mercado itabirano ao arrendar, em outubro de 2018, os postos da Rede JT. No total foram quatro postos, nos bairros Areão, Campestre, Esplanada da Estação e Centro, todos com a bandeira Petrobras.
A proposta do Longana, de oferecer combustíveis a preços abaixo da média em Itabira e acabar com a sensação da existência de acordos entre a maioria dos donos de postos, que sempre trazem em suas bombas preços idênticos, não durou seis meses.
O que deu errado? A resposta mais plausível seria devido à falta de fidelidade do consumidor itabirano, que deixou de abastecer no Longana após a maioria dos postos igualarem os valores, uma antiga estratégia que está ficando imbatível na cidade se o assunto é minar a concorrência e fazê-la “andar na linha”. Falta de campanha de fidelização também contribuiu para o fracasso da proposta.
Sendo assim, ao passar pelas revendas da Rede Longana em Itabira, encontra-se preços idênticos aos praticados pela maioria, com a gasolina a R$ 4,999 e o etanol a R$ 3,499. Em contrapartida, em João Monlevade o Longana cobra R$ 4,699 pelo litro da gasolina e R$ 2,899 o etanol, mais barato R$ 0,30 a gasolina e R$ 0,60 o etanol, o que significa uma economia de R$ 15 a cada 50 litros de gasolina e R$ 30 a cada 50 litros de álcool.
Ainda em João Monlevade, é possível comprar o litro no posto Baú, a R$ 4,59 a gasolina e R$ 2,81 o etanol, contudo, apenas em dinheiro. No crédito ou à vista no posto TNE, a gasolina sai a R$ 4,695 e o etanol a R$ 2,895 e no posto Petrobras no Centro a R$ 4,799 e o etanol a R$ 2,999.
Conforme os preços listados acima, percebe-se que existe concorrência entre as revendas de João Monlevade.
O fato não configura-se como cartel, que é crime, devido aos valores praticados, mesmo sendo idênticos, ou com diferenças de R$ 0,2 ou R$ 03, estarem abaixo da média de preço determinada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocosmbustíveis (ANP).