Com panelas e nariz de palhaço, manifestantes relatam o drama devido a falta do recurso
26/09/2024 – A avenida Waldemar de Alvarenga Lage, a mais movimentada do bairro Gabiroba, na tarde quinta-feira (25), em pleno horário de pico, foi palco de uma manifestação contra a falta de água no bairro. A mobilização reuniu um pequeno grupo de mulheres, mas determinadas, entre mães e trabalhadoras liberais que indignadas e inconformadas com a situação, se reuniram e fizeram panelaço para pedir respeito e exigir do prefeito uma solução para a escassez de água.
A mobilização é uma resposta à falta de ações efetivas por parte dos órgãos responsáveis pela distribuição de água na cidade, e as manifestantes prometem continuar pressionando até que suas demandas sejam ouvidas. Elas exigem soluções imediatas para a falta d’água que afeta toda a comunidade.
A expectativa é de que o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) se pronuncie sobre a situação e apresentem soluções viáveis para resolver o problema da falta d’água, não apenas naquela comunidade, mas em todos os bairros que o abastecimento está mais prejudicado.
“Prefeito queremos água. Prefeito necessitamos de água. Onde está a água que pagamos?”, foram frases gritadas e exibidas por elas na manifestação.
De acordo com as manifestantes, os moradores do bairro estão tendo que conviver com a escassez de água há mais de três meses. Nas regiões mais altas do bairro, o maior da cidade, costuma ficar até sete dias sem cair um pingo de água na torneira.
As manifestantes alegam que a escassez de água tem se tornado cada vez mais frequente e insustentável, prejudicando não apenas as atividades diárias, mas também a saúde e o bem-estar das famílias da comunidade.
Durante a manifestação, um jovem parou para dizer que precisou sair sem banho de casa pela falta do recurso.
Com o panelaço, o trânsito ficou parcialmente prejudicado e irritou alguns motoristas. A maioria, entretanto, demonstrou apoio buzinando e acenando para elas.
“Não é mole, com prato, comida, roupa, criança, o nosso banho, fora o gasto que temos com água mineral. Não queremos carro-pipa. Queremos águas nas torneiras, todos os dias”, disse uma das manifestantes que pediu para não ser identificada.
O que mais deixa os moradores indignados, segundo a organizadora do protesto, Sibele Almeida, é saber que existe um projeto de captação já pronto, com verba garantida e que não foi executado por capricho do prefeito.
“A gente costuma ficar aqui, 4, 5 e até 7 dias sem água nem para tomar banho. A gente está achando um absurdo porque temos uma captação para ser feita. Temos pessoas doentes em casa, pessoas deficientes, acamados, crianças, idosos e às vezes temos que ficar até o fim de semana inteiro sem tomar banho. Estamos pedindo água. Queremos água”, exigiu ela, lembrando que mesmo com as torneiras secas, a conta continua chegando.