Aves estão praticando o canibalismo para sobreviver e milhares de suínos têm morrido diariamente
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, assinou nota na tarde desta segunda (28), sobre os prejuízos acumulados com a paralisação dos caminhoneiros.
Mesmo apoiando o movimento desde o início, em 21 de maio, por entender a justiça da causa, a Faemg alerta que a continuidade da paralisação, por período tão extenso, está provocando um efeito da maior gravidade, que é a desestruturação da economia brasileira.
A nota diz que no agronegócio as perdas são incalculáveis. A falta de ração para os animais atingiu níveis insuportáveis, tanto do ponto de vista econômico quanto do bem-estar dos animais, expressados por relatos dos produtores. Aves estão praticando o canibalismo para sobreviver. Também milhares de suínos têm morrido diariamente. E ainda há o risco de esses animais mortos provocarem perigosos problemas sanitários, por falta de locais apropriados para serem enterrados. Além de tudo isso, milhares de litros de leite têm sido descartados por falta de coleta diária. É uma conta elevada que, no final, será paga pelo produtor rural e pela sociedade.
A situação chegou a um ponto de gravidade extrema, diz a Faemg. “Precisaremos da colaboração de cada um para sairmos desse impasse. Isoladamente, o Governo Federal, bastante fragilizado, não tem condições de encontrar a saída para a crise. Precisamos da participação ativa dos estados, fazendo a revisão do ICMS, que é altíssimo, sobre os combustíveis. O Congresso Nacional também precisa desenvolver ações que contribuam para que o país volte à normalidade, assim como o Poder Judiciário e as categorias profissionais. É fundamental que estejamos todos juntos para encontrar uma solução urgente e evitar a falência da economia brasileira”, diz o presidente do Faemg, Roberto Simões.