Vídeo: familiares e amigos na porta do Hospital Nossa Senhora das Dores
Uma itabirana de 50 anos está internada no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) com suspeita de complicações da dengue hemorrágica. Ela deu entrada na unidade de saúde com o diagnóstico de dengue e teve o quadro agravado depois de internada e está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
A paciente está entubada e a condição da saúde dela requer cuidados. O caso, como de costume, ainda não foi confirmado pelo Município, mas há informações de que pelo menos outras duas pessoas foram diagnosticadas e internadas com o mesmo problema na cidade.
De acordo com familiares da paciente, que oram na porta do hospital na noite desta sexta-feira (19/05), ela foi levada ao hospital por duas vezes, se queixando de febre, dores de cabeça e no corpo e vômitos. Da primeira vez, ela foi medicada e liberada, voltando no dia seguinte já com sintomas mais severos.
Uma prima dela, que preferiu não se identificar para a reportagem, relatou ao Folha Popular os momentos difíceis que a família está vivendo, aguardando por uma reação da mulher aos medicamentos ministrados, desde que ela foi entubada.
“Ela teve dengue hemorrágica e agora teve pneumonia. As plaquetas estão baixas, os rins estão ruins. Ela não está bem. Está sendo difícil. Está mexendo com todo mundo aqui”, desabafou a prima.
Segundo ela, a prima foi ao pronto-atendimento passando mal por duas vezes e não recebeu o diagnóstico de dengue. Na primeira vez, ela estava com queixa de dor e febre. “Passaram um remédio e a liberaram da primeira vez e na segunda vez, ao fazer o exame acusou dengue hemorrágica “, disse.
A prima disse que o quadro da paciente vem evoluindo nas últimas horas. O nível de plaquetas já está subindo e a expectativa é de que o problema tenha servido apenas para assustar. “Graças a Deus ela está reagindo e a gente está com esperança”.
Foi na fé que a família buscou esperança até agora.
Outras pessoas entraram em contato com a reportagem para contar que também tiveram problemas de dengue hemorrágica. Duas universitárias chegaram a ficar internadas, sendo que uma delas passou pela UTI, mas conseguiram reagir ao medicamento e já foram liberadas.
Procurada pelo Folha Popular, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura informou que ainda não tinha informações a respeito da doença e ficou de apurar para repassar nos próximos dias.
No hospital, a informação não foi negada, mas também será apurada para garantir que os dados sejam repassados corretamente.
Último Liraa previa surto de dengue em Itabira para este ano
De acordo com boletim divulgado no site oficial da Secretaria de Estado da Saúde, até o último dia 15, Itabira havia registrada 18 casos de Dengue tipo 1.
O vírus tem quatro sorotipos conhecidos que vão de 1 a 4.
O DENV-1, o DENV-2, o DENV-3 e o DENV-4. A dengue tipo 2 ocorre quando o indivíduo é infectado pelo segundo sorotipo do vírus, que é considerado um dos mais agressivos.
Os quatro já registram casos no Brasil, mas é o tipo 2 que mais está preocupando. Todos eles iniciam com os mesmos sintomas (dor de cabeça, dor no corpo, atrás dos olhos, febre e vômitos), sendo que no tipo 2, eles ficam mais agressivos e costumam refletir nos órgãos internos humano, provocando o que era chamado de dengue hemorrágica.
Os números do Levantamento do Índice Rápido do Aedes Aegypt (LirAa) realizado em janeiro deste ano, indicou alta infestação predial do mosquito transmissor da doença na cidade com percentual de 9,0%. Em outubro do ano passado, este índice era de 5,6%. Com o aumento de 60%, a Secretaria Municipal de Saúde chegou a advertir para o risco de surto da doença em Itabira com o surgimento das arboviroses.
De acordo com o Ministério da Saúde o valor ideal deveria ficar abaixo de 1%. Como nos anos anteriores, ficou comprovado ainda pela pesquisa que a maior parte dos focos do Aedes aegypti está dentro dos domicílios.
Na ocasião, Agentes de Combate a Endemias (ACEs) vistoriaram 1.885 imóveis da área urbana. Cerca de 83% dos focos foram encontrados estão nos quintais e áreas de entorno (peridomicílios), e que podem ser evitados por medidas de prevenção e extermínio dos lugares que acumulam água, como garrafas, plásticos, latas, tampinhas, vasos de plantas, pneus, caixas d’água e tambores.
A única maneira de combater o mosquito é a prevenção, com retirada dos criadouros formados por acúmulo de água, uma vez que eles sobrevivem em água salobra e com produtos químicos.