Salário de vigilante que era R$ 1.084 foi para R$ 22 mil com 356 horas extras e benefícios.
Somadas, as horas indicam que servidor trabalhou 18h em todos os dias do mês
Um contracheque potencialmente verdadeiro, ilustrando recebimentos questionáveis de um vigilante da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), quebrou a rotina nas salas e corredores da autarquia da Prefeitura entre os dias 14 e 18 de maio.
O documento, de novembro de 2017, traz em seu cabeçalho um salário de R$ 1.082,77 e logo abaixo 356 horas extras, o que lhe garantiu R$ 16.348. Além das extras, a Itaurb teria pago R$ 3.651,77 devido ao servidor assumir cargo em comissão e outros R$ 1.031,18 de vantagem pessoal, totalizando R$ 22.121,17 de salário bruto, com os descontos, a folha fechou em R$ 15.179.
Tendo como modelo um mês de trabalho, que são 176h, ou 44h por semana, mais as 356 extras anotadas, chega-se a um volume de 532h no mês, o que equivale a uma jornada de quase 18h durante todos os dias de um mês.
A reportagem do Folha Popular tentou, entre os dias 16 e 23 de maio, falar com o diretor-presidente da empresa de limpeza, Sebastião Onofre Silva, com o diretor-administrativo Cláudio José dos Santos e no celular do assessor de Comunicação, Geraldo Ramos, conforme contato repassado pela secretária Elza Araújo. Após persistência da reportagem, a secretária informou que seria dada uma coletiva para esclarecimentos, contudo, sem informar data.
A reportagem busca esclarecer a autenticidade da folha de pagamento, se as horas extras são de um único mês, se o fato não fere um decreto do Governo Municipal que proíbe horas extras devido à queda de receita e por último, se o fato tem ligações com um vereador da cidade. A reportagem do Folha Popular aguarda convite para participar da coletiva prometida.