Parangolé encerra Cordelizando com espetáculo em Ferros

A cidade de Ferros recebe nesta segunda-feira (9), o Grupo Parangolé com a apresentação gratuita do espetáculo cênico-musical “Cordéis dos Cafundó”, e de esquetes teatrais encenadas por alunos da rede pública do município.

A apresentação, que encerra a última etapa do projeto Cordelizando, será às 13h30 no Centro Cultural Roberto Drummond, com classificação livre e duração de 90 minutos.

O único país em que a cultura do cordel ainda se mantém viva é o Brasil. Estima-se mais de 30 mil títulos publicados. “Na primeira metade do século, o cordel era o jornal do sertão, que levava os temas sociais e políticos para os grotões, à maneira popular. O cordelista é uma espécie de cronista de seu tempo. Apesar dessa força vir e estar no Nordeste, temos até hoje vários desses poetas espalhados pelo país”, contextualiza Cascão, fundador do Grupo Parangolé, que atua na arte-educação há 20 anos.

O Cordelizando começou em fevereiro deste ano e percorreu os municípios de Santa Maria de Itabira, Córrego Novo, Santana do Paraíso e Bugre. No segundo semestre, desde setembro, foram contemplados os municípios de Coroaci, Sabinópolis, Ferros e Santo Antônio do Itambé. Além de realizar apresentações do espetáculo “Cordéis dos Cafundó” possibilitando a fruição artística, cada cidade recebeu oficinas pedagógicas de criação de cordel para professores, com a assessora pedagógica Sirlene Alves e o artista Cascão, e de teatro para os alunos, ministradas pelo ator do Parangolé, Lucílio Gomes. “A literatura de cordel começou a fazer parte do cotidiano dos alunos, nas aulas de português, história e geografia, integrando professores, assessores pedagógicos, diretores e secretarias de Educação locais”, explica.

Os cordéis criados em sala de aula foram roteirizados pelo Parangolé e transformados em pequenas esquetes que serão encenadas pelos alunos neste mês.
Para Cascão, apesar da arte do cordel ter 150 anos de história enquanto literatura escrita e séculos de literatura oral, a cada encontro com professores, alunos e mesmo grupos artísticos, fica evidente a atualidade e potência do cordel.

“Estamos falando de um imaginário que as pessoas já trazem, às vezes sem saber. O que fazemos é proporcionar o reencontro delas com algo que é a identidade do povo brasileiro”, explica o poeta

No segundo semestre de 2019, as apresentações do evento final do projeto Cordelizando aconteceram em Coroaci e nesta segunda será a vez de Ferros.
Estão previstas ainda apresentações em Santo Antônio do Itambé (10) e Sabinópolis (11).