(FOTO) Apresentação do Grupo Parangolé
O Grupo Teatral Parangolé Arte Mobilização, de Belo Horizonte, chega a última etapa do projeto Cordelizando com apresentação gratuita na sexta-feira (12), em Santa Maria de Itabira, do espetáculo cênico-musical Cordéis dos Cafundó e de esquetes teatrais, encenadas por alunos da rede municipal.
A abertura será às 19h na Fundação Francisco de Assis. A classificação indicativa é livre. O evento tem duração de 90 minutos.
O único país em que a cultura do cordel ainda se mantém viva é o Brasil, com mais de 30 mil títulos publicados. “Na primeira metade do século, o cordel era o jornal do sertão que levava os temas sociais e políticos para os grotões, à maneira popular. O cordelista é uma espécie de cronista de seu tempo. Apesar dessa força vir e estar no nordeste, temos até hoje vários desses poetas espalhados pelo país”, contextualiza Rodolfo Cascão, fundador do Parangolé.
Com 20 anos de atuação na arte-educação, o grupo propõe, a partir do projeto Cordelizando, difundir a literatura de cordel para o contexto escolar. “A perspectiva de apresentar a poesia e a força dessa forma de narrar, sua história, as técnicas de criação e declamação, despertando de forma lúdica o gosto pela escrita e a leitura é algo revolucionário. Agora, se na ponta sairão cordelistas, só a experiência dirá”, diz Cascão.
O projeto começou em fevereiro deste ano nos municípios de Santa Maria de Itabira, Córrego Novo, Bugre e Santana do Paraíso. Além de realizar apresentações do espetáculo Cordéis dos Cafundó possibilitando a fruição artística, cada cidade recebeu oficinas pedagógicas de criação de cordel para os professores (fevereiro e maio), com a assessora pedagógica Sirlene Alves e o artista Cascão, e de teatro para os alunos (junho), ministradas pelo ator do Parangolé, Lucílio Gomes. “Durante todo o semestre, a literatura de cordel começou a fazer parte do cotidiano dos alunos, nas aulas de português, história e geografia, integrando professores, assessores pedagógicos, diretores e secretarias de educação locais”, explica.
O projeto Cordelizando é idealizado por meio do Ministério da Cidadania, aprovado pela lei Rouanet e é uma parceria entre o Parangolé, a Cenibra, e neste semestre de 2019, com as secretarias municipais de Educação das cidades de Santa Maria de Itabira, Bugre, Córrego Novo e Santana do Paraíso, com apoio da Univale.
Os cordéis criados em sala de aula foram roteirizados pelo Parangolé e transformados em pequenas esquetes que serão encenadas pelos alunos no evento final, em julho. Para Cascão, “apesar da arte do cordel ter 150 anos de história enquanto literatura escrita e séculos de literatura oral, quando a gente se defronta com professores, alunos e mesmo grupos artísticos, fica evidente a sua atualidade e potência, pois estamos falando de um imaginário que as pessoas já trazem, às vezes sem saber. O que fazemos é proporcionar o reencontro delas com algo que é a identidade do povo brasileiro”, explica o poeta que, há seis anos, já realizou o projeto nos municípios de Belo Oriente, Cachoeira Escura, Peçanha, Naque, Governador Valadares, Coronel Fabriciano e Belo Horizonte. O artista se apresenta em “Cordéis dos Cafundó” acompanhado dos músicos Débora Costa (percussão), Thiago Gazzineli (sanfona) e Christiano de Souza (violão/ baixo).
Para o segundo semestre, está prevista a realização do projeto nas cidades de Coroaci, Sabinópolis, São Domingos do Prata e Santo Antônio do Itambé.
ESPETÁCULO CORDÉIS DOS CAFUNDÓ
O espetáculo tem como fio condutor o personagem vivido por Cascão, um caixeiro viajante que chega a uma cidade grande e vê confrontadas suas noções de mundo com a overdose urbana e tecnológica da metrópole. Para sobreviver, ele vende raízes, brinquedos e folhetos de cordel. O espetáculo combina literatura, teatro e música na declamação dos poemas de autoria de Cascão e de autores lendários do romanceiro brasileiro. A peça cênico-musical tem como foco o público pré-adolescente, adolescente e jovem visando melhorar o desempenho escolar e a sociabilidade através da arte. O espetáculo tem atuação, direção e dramaturgia de Cascão.
EQUIPE DO PROJETO CORDELIZANDO
Rodolfo Cascão – Diretor Artístico | Lucílio Gomes – Oficinas de Teatro | Flávia Mafra – Coordenadora Geral | Sirlene Alves – Coordenadora Pedagógica | Sam Luca – Produtor Executivo | Poliana Tuchia – Assessoria Online | Beatriz França – Assessoria de Imprensa | Maíra Campos – foto e vídeo | Comum – Programação visual | Christiano Di Souza, Thiago Gazzineli, Augusto Cordeiro, Sara Assis e Débora Santos – músicos
Flora Guerra – técnica de som | Flávia Mafra – técnica de luz | Rafael Fares e Humberto Mundim – técnicos de projeções | Ítalo Souza – cenotécnico | Rafael Pisani – intérprete de libras | Proartminas – gestão e prestação de contas
SOBRE CASCÃO
O contador de histórias Rodolfo Alexandre Cascão Inacio é mais conhecido como Cascão. Reside há 25 anos em Minas Gerais. Cascão é poeta, ator, diretor, dramaturgo, contador de causos, cordelista e a mais de 30 anos pesquisa e milita com o teatro e a cultura popular. Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais – 1992/95 Produtor cultural, autodidata, participou em dezenas de cursos e seminários de teatro, artes circenses, teatro de bonecos, mímica, produção cultural, educação ambiental e comunicação social, e publicou diversos livros. É também consultor autônomo em mobilização social e arte educação prestando assessoria a órgãos públicos e entidades sociais e privadas. Desde 2012 se apresenta em diversas praças e teatros de diversas partes do Brasil, com destaques para cidades de Minas, Brasília (DF) e Barcelona (Espanha).
GRUPO TEATRAL PARANGOLÉ ARTE MOBILIZAÇÃO
O PARANGOLÉ ARTE MOBILIZAÇÃO é um grupo formado por profissionais da área de educação popular, teatro, música e artes plásticas. Desde 1999 vem desenvolvendo trabalhos de criação artística com propósitos culturais e educativos, o que resultou na ampliação de seus trabalhos enquanto grupo de pesquisa, tendo fundamentalmente como mote de sua investigação a cultura popular, os direitos humanos e temas sócio-ambientais como lixo, água e o meio ambiente. Arte Mobilização é ao mesmo tempo estética, arte, comunicação e ação cultural. É uma arte que tem a intencionalidade de mobilizar a sociedade em prol das grandes causas. É pensar a arte em função da vida, do cotidiano e da cidadania.