(FOTO) Projeto promove artesãos, ajudando a aumentar a visibilidade das peças e potencializar as vendas
Em Minas já são 24 grupos de artesãos beneficiados. Hoje (22) e amanhã (23), acontece capacitação em Itabira, na sede da Associação do Grupo Flores do Carmo Artesanal, no Centro de Tradições de Senhora do Carmo, distrito de Itabira. Saiba mais em: WWW.floresdocarmo.com.br
Até o fim do ano, associações e grupos tradicionais do estado vão integrar um “mapa do artesanato brasileiro” e receber apoio da ONG para potencializar a comercialização de seus produtos
O artesanato mineiro recebe um importante impulso nos próximos meses. Até o fim do ano, a organização não-governamental (ONG) Artesol promove capacitações em 17 cidades mineiras, entre elas Itabira, Sabará e Caeté. A iniciativa é parte das atividades da ONG, que vai abordar comunicação e tecnologia para associações de artesãos do estado. Além disso, esses grupos passam a integrar uma plataforma nacional do artesanato brasileiro (artesol.org.br). O objetivo é aumentar a visibilidade do artesanato mineiro em nível nacional e internacional, potencializar as vendas e valorizar esse patrimônio cultural.
No total, 24 grupos de artistas populares mineiros integram a Rede Artesol no estado. Em novembro, participam das capacitações os artesãos da Flores do Carmo Tecelagem Artesanal, da Associação Palma Barroca e do Grupo de Bordadeiras Historiarte.
Os profissionais da Artesol estão rodando o Brasil para documentar as principais produções de artesanato. Através do projeto, que tem patrocínio da Vale e apoio da Petrobras, os núcleos produtivos ganham uma página dentro do portal (artesol.org.br), que serve como canal efetivo de negociação entre outros artesãos, lojistas, pesquisadores, promotores culturais e consumidores finais. Após as capacitações, todos os grupos terão fotos de seus produtos nessa vitrine para fortalecer a venda das peças.
A ONG Artesol foi fundada há 20 anos pela antropóloga Ruth Cardoso e tem como foco promover o artesanato tradicional, que é patrimônio cultural do país. Segundo a presidente da organização, Sonia Quintella, “mais do que inventariar saberes tradicionais que correm o risco de desaparecerem por falta de acesso ao mercado, a ideia é manter viva essa diversidade de técnicas artesanais única do Brasil, promovendo inclusão social através da cultura popular”.
Após a capacitação em campo, os artesãos também vão ter acesso a um ambiente de aprendizagem à distância para continuar recebendo conteúdo nas áreas de comunicação, design e formalização, entre outros temas.
Impulsionamento dos negócios
Um dos grupos que já integram a Rede Artesol desde o ano passado é a Central Veredas, de Arinos, no noroeste de Minas. De acordo com a coordenadora da cooperativa, Monique Barboza, depois de entrar para a Rede Artesol, o núcleo que trabalha com tecelagem e bordados passou a exportar para países como França e Estados Unidos. Além disso, foi acionado pela estilista Flávia Aranha para produzir as peças de uma coleção lançada na São Paulo Fashion Week em 2019.
Mapeamento da cadeia artesanal
Os artesãos que fazem parte da Rede foram selecionados a partir de um criterioso mapeamento que levou em consideração os aspectos culturais como identidade local, utilização de técnicas tradicionais, o manejo sustentável de matérias-primas, a qualidade das peças e a capacidade produtiva dos grupos.
Por meio de uma pesquisa realizada junto aos atuais membros da Rede inseridos em 2018 no projeto, 89% relataram aumento de contatos via plataforma, sendo 60% desses contatos de lojistas. Os artesãos também afirmaram ter recebido contatos de consumidores finais, jornalistas, turistas, estudantes e pesquisadores através do portal.