Nomes como Eduardo Kobra, Mag Magrela, Zéh Palito, Millo, Bolinho e Carlos Bracher têm presença confirmada no evento
02/10/2023 – Artistas de renome nacional e internacional estarão presentes na primeira edição do MAPA (Mostra de Arte Pública), entre os dias 9 e 15 de outubro, em Itabira. A proposta do evento é lançar um holofote sobre a cidade por meio da arte pública, com a criação de uma grande galeria a céu aberto. Por esse motivo, a curadoria do festival apresenta grandes nomes da arte urbana internacional com o intuito de incluir Itabira no MAPA da arte urbana.
Eduardo Kobra, Zéh Palito, Mag Magrela, além de quatro artistas itabiranos selecionados por meio da convocatória aberta do projeto, farão pinturas em empenas e muros. O festival traz ainda, em uma parceria com o Consulado da Itália em Minas Gerais, um dos principais nomes da arte contemporânea urbana, o italiano Millo. A pintura de Eduardo Kobra homenageará Carlos Drummond de Andrade e será feita em uma empena de 32 metros de altura, localizada no Hotel ITI, na avenida Duque de Caxias, 1.220, Esplanada da Estação.
Já Raquel Bolinho (foto) e Carlos Bracher criarão instalações públicas, ambas também em homenagem ao poeta itabirano. Bolinho fará uma escultura permanente de 3,5 metros de altura de um Bolinho representando Drummond menino, com a sua bicicleta e será instalada próxima a praça da Escola Estadual Mestre Zeca Amâncio (Eemza), no Centro. Drummond sempre fez oposição artística, ambiental e filosófica contra a mineração e destruição do Pico do Cauê. Bracher ilustrou o pico antes e depois da sua destruição. Essa é uma das ilustrações que ganham grandes dimensões em uma instalação site specific criada para a fachada da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, também no centro da cidade.
Segundo Bolinho, artista nascida em Itabira, a ideia do festival é fantástica e inovadora para a região. “Sou itabirana e passei grande parte da minha vida morando na cidade, onde não tinha nada de graffiti. Pensar que agora ela vai receber nomes tão importantes da cena da arte urbana e receber pinturas que eu nunca imaginei, é incrível”, comenta.
De acordo com a artista Mag Magrela, trata-se de um festival que tem uma preocupação tanto com as pessoas e artistas do território quanto a curadoria da escolha dos artistas. “Isso é muito importante e faz toda a diferença para estar em um festival, principalmente essa preocupação curatorial. O festival de arte de rua fomenta esse mercado, fortalece a profissão, faz com que os artistas deem continuidade ao trabalho, exponham seus trabalhos, se conectem com outros artistas e outras formas de se viver, conhecendo outras cidades e as pessoas que moram nelas. Podem até mesmo conhecer outras formas de se fazer a arte. Gosto muito desse intercâmbio cultural, quanto mais conhecimento de formas diferentes de se viver e de enxergar o mundo, melhor a gente se torna”, acrescenta.
O evento conta com uma programação ampla, gratuita e para públicos de todas as idades. Além das pinturas e instalações públicas, haverá shows e DJ, sarau de poesia, oficinas grafitti com Bolinho e Mag Magrela, intervenções urbanas e Oficina de Tagtool (desenho com luz), ambas com com o VJ Suave. Em uma parceria entre o MAPA e o projeto ‘’Sempre Um Papo’’, o público terá a oportunidade de acompanhar um bate-papo com o muralista Kobra, que falará sobre o graffiti, o muralismo e a arte urbana. A dinâmica ocorrerá no dia 10 de outubro, às 19h30, no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA) – Avenida Carlos Drummond de Andrade, 666, centro – Itabira (MG), também com entrada franca.
O festival MAPA Itabira é realizado pela Prefeitura de Itabira e Associação Cultural Casinha, com produção e curadoria da Pública Agência de Arte e parceria do Consulado da Itália em Minas Gerais.
- Sobre os artistas
Eduardo Kobra se tornou um renomado artista global, com murais em cinco continentes. Ele detém recordes, incluindo o maior mural grafitado do mundo, e feitos como um painel de quase 500 metros quadrados instalado na sede da ONU, em Nova York. Além disso, é reconhecido por galerias e museus e, recentemente, um filme sobre sua vida ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Kobra é conhecido por sua sensibilidade às questões sociais, representando causas ambientais, direitos humanos e paz em seus murais. Ele também fundou o Instituto Kobra, que busca transformar vidas através da arte, por meio de diversas ações e em projetos humanitários. Sua obra é marcada por cores vibrantes e contrastantes e ele colabora frequentemente com organizações, marcas e empresas para viabilizar seus projetos públicos de grande escala.
Mag Magrela sempre teve contato com as artes. Em 2007 as ruas passaram a servir de base para os desenhos acumulados em seus cadernos. Desde então seus trabalhos se espalham pelas ruas das cidades, como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Natal, Lisboa, Londres, Buenos Aires e Nova Iorque. Suas obras são marcadas pelo uso da intuição e espontaneidade. Mag se inspira na euforia urbana de São Paulo para transitar por temas que falam sobre culturas brasileiras. A artista transita entre linguagens, como murais urbanos, telas, escultura em argila, bordado, ladrilho hidráulico, performance, poesia e música.
Zéh Palito é artista visual e muralista. Já produziu murais de arte em mais de 30 países entre África, América, Europa e Ásia. Ainda muito jovem, aos 15 anos, ele começou a se envolver com a pintura de rua, murais e graffiti no interior paulista, atividade que fortalece as comunidades locais e tem como pauta questões sociais prementes. Seu interesse por esse viés público da pintura o levou a expandir sua pesquisa a outros países, realizando viagens e temporadas na África e nos Estados Unidos. Entre estas idas e vindas, sempre com passagens pelo Brasil, o artista adquiriu uma amplitude de referências que expandiram sua formação de estilo e experimentação técnica. A produção como muralista também foi (e continua sendo) marcada pela ação social de apoio a populações geralmente marginalizadas.
Carlos Bracher é o artista brasileiro vivo que mais recebeu visitantes em sua mostra “Bracher: Pintura & Permanência”, quase meio milhão de pessoas. O artista tem vasta obra realizada e que figura em coleções do Brasil e do exterior e museus, entre os quais o Museu do Vaticano, em Roma. Obteve o maior prêmio de arte do Brasil: o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, do Salão Nacional de Belas Artes do Rio, de 1967. Ganhou o Prêmio Hilton de Pintura, em 1980, da Funarte, como um dos dez artistas que mais se destacaram no Brasil na década de 1970. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa, pela UFOP, em 2009, honraria concedida até hoje, a ele e a Milton Nascimento. Sobre ele, Carlos Drummond de Andrade escreveu: “Encontrei-me com Minas Gerais através da pintura de Carlos Bracher. É o maior elogio que, de coração, lhe posso fazer. Viva Minas.”
O artista italiano Francesco Camillo Giorgino, conhecido como Millo, pinta murais em grande escala que mostram habitantes amigáveis, explorando o cenário urbano. Ele usa linhas simples em preto e branco com traços de cor quando necessário, e muitas vezes incorpora elementos de arquitetura em pinturas multifacetadas. Sua produção conta com mais de 150 murais espalhados por todos os continentes, seus trabalhos em tela foram exibidos em Londres, Paris, Roma, Milão, Chicago, Los Angeles, Miami, Seul, Dubai e Rio de Janeiro. Suas obras de arte também fazem parte de duas coleções permanentes de museus: Urban Nation Museum for Contemporary Art em Berlim, Alemanha e Straat Museum for street art and graffiti em Amsterdã, Holanda.
Bolinho é uma grafiteira que, em 2009, deu vida ao personagem Bolinho, com o objetivo de encher as ruas da cidade com cores vibrantes e compartilhar sua paixão por doces e arte. Desde então, centenas de Bolinhos ganharam vida e agora alegram não apenas as ruas de Belo Horizonte, mas também do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. A artista possui um currículo que inclui uma exposição no Museu de Artes e Ofícios que bateu recordes de visitação. Além disso, suas criações estão em destaque nos principais pontos de Belo Horizonte, como o Terminal Rodoviário e o Mercado Novo. Com alegria e espírito lúdico, os Bolinhos conseguem abordar temas contemporâneos com um toque de humor característico. Eles são versáteis, capazes de se transformar em ícones do cinema, da arte, dos desenhos e até de celebridades, sempre mantendo sua identidade única.
VJ Suave é um duo de artistas audiovisuais formado por Ceci Soloaga e Ygor Marotta, residentes em São Paulo e que trabalham juntos desde 2009. Especialistas em arte digital, VJ Suave trabalha animação quadro a quadro projetada na superfície urbana, misturando tecnologia com street art. Com suas obras, o duo propõe um momento único de conexão entre o espectador e a cidade, misturando história animada com vida real. As animações projetadas em movimento fazem a narrativa ganhar vida. Elas são desenvolvidas a partir de desenhos feitos a mão e projetados de acordo com a arquitetura do espaço, iluminando paredes, árvores, prédios e diferentes superfícies da cidade.