Trabalho infantil – Vencedores do concurso de desenho e redação são premiados

Os vencedores do concurso de desenho e redação com o tema “Trabalho infantil em Itabira, você não vê, mas existe” foram anunciados nesta manhã de sexta-feira (28), no auditório do paço municipal. O prefeito Ronaldo Magalhães e a secretária de Assistência Social, Maria Marli de Oliveira Martins Rosa, premiaram os destaques da competição.

“Quando o direito de ser criança é violado, estamos tirando o direito à infância. (…) A sociedade condena o trabalho infantil, porém aceita ver uma criança vender balas na rua”. Este é um trecho da redação escrita pelo estudante Arthur Felipe Zito, do 9º ano da Escola Estadual Major Lage, que ficou com o primeiro lugar. Já o melhor desenho, foi produzido pela Geovanna Bragança Costa, aluna do 5º ano da Escola Estadual Dona Eleonora Nunes Pereira.

Além de promover a conscientização sobre o tema, incentivando a participação dos estudantes com prêmios, o principal objetivo do concurso foi estimular alunos dos 5º e 9º anos da rede pública de ensino a expressarem, por meio de desenhos ou textos, os sentimentos que a prática do trabalho infantil desperta. “Queremos levar o tema para a comunidade e romper essa cultura de que o trabalho infantil é bom e significativo para a vida da criança, porque no momento errado, não é. Pode trazer prejuízos físicos e psicológicos para elas”, explicou Karla Machado Alvarenga, diretora da Proteção Social Especial de Itabira.

Para o prefeito, o concurso celebra a importância do Programa Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) que a Prefeitura de Itabira também adotou. “Precisamos trabalhar com essa realidade que ainda é muito forte no Brasil e com Itabira não é diferente, de crianças pequenas, muito novas e jovens trabalhando em ofícios errados, que causarão danos futuros. Os pais esquecem ou não permitem que elas priorizem a escola e é aí que essa parceria entre a Educação e a Assistência Social atua com eficiência”, avaliou Ronaldo Magalhães.

Vencedores

A seleção dos trabalhos, conforme explicado no edital do concurso, premiou os primeiros, segundos e terceiros lugares de cada categoria, sendo os prêmios tablet, caixa de som com bluetooth e cesta de chocolates, respectivamente. Alunos do 9º ano disputaram na redação e os do 5º ano, desenho. Dos cerca de 2,2 mil trabalhos inscritos, 70 desenhos e 26 redações foram selecionados pelas escolas para a decisão da comissão julgadora.

No desenho, Maria Fernanda Rocha Simões, da Escola Estadual Major Lage, ficou em segundo lugar e Ana Clara Reis Gomes, da Escola Municipal Ester Pereira Guerra, em terceiro. Brenda Leidiane Ferreira Santos, da Escola Estadual Fazenda da Bethânia, ficou com a segunda colocação na redação e com o bronze, Gleice Kelly Mariano Silva, da Escola Estadual Professor Emílio Pereira de Magalhães.

Em tempo

Em junho, a Prefeitura lançou oficialmente o Peti, que já é desenvolvido no município desde o começo de 2018. A Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), guiada pelo Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 – onde foram identificados em Itabira mais de 700 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil – verifica as denúncias, promove campanhas e atende o público identificado em situação de trabalho infantil e direitos violados.

Um dos caminhos propostos pelo Governo Municipal é o programa Jovem Aprendiz, que tem a finalidade de inserir adolescentes e jovens atendidos pela política de assistência social de Itabira no mercado de trabalho. O programa foi iniciado com a contratação de diversos jovens assistidos pela SMAS na prefeitura, bem como na administração indireta (FCCDA, Saae e Itaurb). “Nós somos a favor do trabalho enquanto jovem aprendiz. Então, o adolescente, a partir dos 14 anos, pode exercer o trabalho protegido, ligado ao cunho educativo”, esclareceu a diretora Karla Alvarenga.