Reforme de escola no Barreiro segue abandonada faltando pouco mais de 30 dias para ano letivo

Professores e pais de alunos da Escola Antônio Camilo Alvim do Barreiro denunciam abandono de obra e pede ajuda ao governo para solução do problema

30/12/2024 – Professores e pais de alunos da Escola Municipal Antônio Camilo Alvim, do Barreiro, denunciam o abandono das obras de reforma da unidade escolar. A empresa contratada pela Secretaria Municipal de Educação, a Construtora Ultra, conforme informaram os trabalhadores da escola, é acusada de retirar os trabalhadores que atuavam na obra, deixando para trás lixos e entulhos jogados aos cantos.

Servidora pública de carreira, Natália Louise disse que a situação da escola já dura mais de dois anos. Nesse meio tempo, para não deixar as crianças desassistidas, as salas de aulas foram transferidas para um salão de festa, com a improvisação de 11 salas. Entretanto, o local não oferece nenhuma infraestrutura, sendo totalmente inadequado ao trabalho de ensino-aprendizagem.

“Eu sou Natália Louise e hoje eu estou aqui como servidora pública da Prefeitura de Itabira, para denunciar e mostrar para a sociedade algo que nós da escola do Barreiro estamos passando”, denunciou ela.

Um colega afirma em vídeo que está circulando na internet, que a reforma foi iniciada há mais de dois anos.

“E nesse período nós fomos entupidos de lixo pela construtora Ultra. Nada foi feito nesses últimos dois anos”, afirmou outra professora.

O vídeo foi postado na rede social do grupo de professores relatando as negligências com a estrutura da unidade escolar e os prejuízos causados pela interrupção da obra. Nele, os profissionais marcam o prefeito Marco Antônio Lage (PSB), a secretária de Educação, Edna Carvalho Silva e o vereador, líder do governo na Câmara Municipal, Carlos Henrique de Oliveira (PDT).

“Marco Antônio Lage, queremos conversar com você. Acreditamos na força do diálogo. Você sempre ouviu os servidores. Agora a Escola Antônio Alvim precisa de você. Fevereiro está chegando, 2025 está aí. Onde nós vamos trabalhar”, escreveu uma das denunciantes nos comentários do vídeo.

Os denunciantes contam que a condição está atrasando interferindo direto no processo de ensino aprendizagem.

O Folha Popular esteve na escola e ouviu a comunidade escolar sobre o assunto. Pais e educadores aproveitaram para reforçar a denúncia e o pedido de ajuda aos governantes. Eles disseram que depois de muito reclamar da bagunça que virou a obra, as salas de aulas foram transferidas para um galpão de festa, sem a infraestrutura necessária.

“Eu sou moradora do barreiro. Eu estive lá onde os meninos foram direcionados. É um local inadequado, muito barulho, muito quente. Meus filhos chegavam reclamando do calor. Nós estamos aguardando uma solução para o nosso problema porque nós já tentamos todas as possibilidades de diálogo com a Secretaria [de Educação]”.

Entre os casos denunciados, destacam-se a situação precária da escola e problemas de acomodação dos alunos. Ambos evidenciam a urgência de medidas por parte das autoridades responsáveis.

A diretora da subseção do Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (SindUte) de Itabira, Vanderleia de Freitas defende a importância da qualidade e estrutura adequada de uma instituição escolar no processo de aprendizagem. “A qualidade das aulas depende de uma estrutura adequada. A reivindicação é legítima, os trabalhadores e a comunidade precisam que essa situação seja resolvida com urgência para não prejudicar os alunos nas questões pedagógicas e dar dignidade aos trabalhadores e a comunidade. Ninguém merece trabalhar e estudar num ambiente sem estrutura digna”, pontuou ela.

Entretanto, a expectativa dela é de que a solução para o problema já foi definida. Segundo postou em sua rede Instagram, ela disse que foi informada que já foi agendada uma reunião com a secretária de Educação para o dia 02 de janeiro de 2025, para resolver essa situação.

A reportagem enviou uma mensagem ao WhatsApp do assessor de Comunicação e ao e-mail da Assessoria de Comunicação da Prefeitura, propondo um posicionamento do governo em relação ao problema. Mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno

A ex-secretária de Educação, Laura Souza visualizou o vídeo e postou uma mensagem de apoio à comunidade, se desculpando pelos transtornos. Ela afirmou que o prefeito não se furtará ao diálogo e garantiu que o problema será solucionado.