O observatório é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio do Iepha/MG. Ideia é permitir reflexão sobre as políticas culturais nos diferentes espaços que integram o circuito
Em 2018, o Observatório do Circuito Liberdade será realizado em um formato inédito. Agora, o público poderá sugerir os temas a serem debatidos nos encontros, com foco na cidade e na construção de políticas públicas de cultura.
O Centro de Informação ao Visitante do Circuito Liberdade, no prédio Rainha da Sucata, está disponibilizando uma urna para receber as sugestões, que também podem ser enviadas por e-mail, para o endereço eletrônico assessoriacircuito@iepha.mg.gov.br. As propostas já poderão ser executadas na próxima edição do Observatório, prevista para ser realizada em junho deste ano.
O Observatório do Circuito Liberdade é uma iniciativa do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), que surgiu durante o “Seminário Estadual do Patrimônio Cultural: circuitos culturais e as cidades”, realizado em 2015.
Durante dois dias, o encontro reuniu, no teatro da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, intelectuais, gestores culturais, professores, militantes de movimentos sociais e artistas, dentre outros, para debater a participação efetiva dos cidadãos na busca de novas alternativas para as políticas de cultura.
A partir das propostas recebidas no seminário, o Circuito Liberdade criou o Observatório, abrindo suas portas para a sociedade civil, com um fórum permanente de discussões, no qual são debatidos pesquisas e processos em desenvolvimento do setor cultural e sua influência nas diversas questões da cidade.
Com este foco, o Observatório se propõe a acolher temas diversos afetos às cidades, como a mobilidade e a ocupação urbana, a apropriação ou reapropriação dos espaços públicos, a inserção de novos agentes no contexto da produção e da recepção culturais, a violência contra a mulher e a segregação de minorias.
A ideia é que os participantes – convidados e público – proponham uma reflexão sobre a forma como as políticas culturais contemplam as pessoas e os grupos mais vulneráveis na sociedade. A entrada é sempre gratuita e os encontros acontecem nos diferentes espaços que integram o Circuito Liberdade.
Edições
O primeiro Observatório do Circuito Liberdade foi realizado em abril de 2016, com o tema “Políticas Públicas (Trans) Culturais e a Arte como Meio de Transformação Social”, com a participação do professor francês Jacques Poulain, um dos mais importantes teóricos do universo cultural contemporâneo, além dos professores Miguel Arroyo, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e idealizador do programa Escola Plural; e Evandro Ouriques, chefe do Departamento de Expressão e Linguagens da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
“Museus e Paisagens Culturais” foi o debate da segunda edição, em maio de 2016, no Museu Mineiro. Para discutir o assunto, foram convidados os professores João Antônio de Paula (UFMG/Cedeplar), Letícia Julião (UFMG/Escola de Ciência da Informação) e Ana Flávia Machado (professora da UFMG e, na época, gestora do Espaço do Conhecimento UFMG). Em foco, a atuação dos circuitos culturais na composição de paisagens culturais, com destaque para o Circuito Liberdade. O tema fez parte do 14ª Semana de Museus, promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
O terceiro Observatório do Circuito, em setembro de 2016, levou para o MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal um amplo debate sobre a acessibilidade nos espaços culturais. Para conversar com o público sobre “Espaços Culturais e Acessibilidades: Sentidos e Experiências” estiveram presentes no encontro o artista plástico mineiro Marcelo Xavier; o consultor em Acessibilidade da Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual – Laramara, Beto Pereira; e a presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais – Cellos, Anyky Lima – que representa também a Secretaria de Direitos Humanos na Saúde da Pessoa Idosa na Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) da região Sudeste. A mediação foi de Glicélio Ramos, representante do Movimento Unificado dos Deficientes Visuais e coordenador do Setor Braille da Biblioteca Pública Estadual Minas Gerais.
“Carnaval de Rua – apropriação do espaço público” foi o tema do quarto encontro, em fevereiro de 2017. Estiveram reunidos no BDMG Cultural o historiador e músico Guto Borges, um dos entusiastas da revitalização do Carnaval em Belo Horizonte e puxador de blocos, e a professora da Escola de Arquitetura e urbanista Rita Velloso. O debate foi uma oportunidade de abordar com o público do Circuito as ocupações dos espaços públicos do Carnaval de Belo Horizonte que, desde 2009, vem se reinventado e ocupando ruas e praças da capital mineira.
Com a finalidade de fomentar a discussão sobre a cidade e suas formas de mobilidade, o quinto Observatório, em maio de 2017, propôs o debate “Trânsito e Mobilidade Urbana”. Para falar sobre os fluxos do transporte nas grandes cidades e os usos dos espaços públicos, estiveram no auditório da Academia Mineira de Letras o consultor em transporte e trânsito e presidente do Conselho Empresarial de Mobilidade da ACMinas, Osias Baptista Neto; o então subsecretário estadual de Regulação de Transportes e professor do Departamento de Engenharia de Transporte do Cefet-MG, Renato Guimarães Ribeiro; e a arquiteta, urbanista e coordenadora do programa Pedala BH, Eveline Prado.
O 6º Observatório do Circuito Liberdade integrou a programação associada do Museomix 2017. O debate sobre “Recursos interativos para a promoção de bens culturais”, em outubro de 2017, no Memorial Minas Gerais Vale, reuniu Maurício Silva Gino, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Artes da UFMG e coordenador do Núcleo de Audiovisual do Espaço do Conhecimento UFMG; Leandro dos Santos Magalhães, que integra o grupo de pesquisa em Computação Ambiental da UFMG, atua na empresa Equipe B, em atividades de pesquisa, ensino e extensão tecnológica; e a arquiteta e urbanista Cássia Ribeiro, também integrante da Equipe B e do grupo de pesquisas Praxis – Práticas Sociais no Espaço Urbano. Na pauta, a interatividade como um recurso presente em museus e que desperta a curiosidade dos visitantes de exposições, rompendo com formas tradicionais de transmissão de conhecimento, além de se apresentar também como um recurso de favorecimento à acessibilidade cognitiva.
A 7ª edição e primeiro Observatório de 2018 foi realizada em março, no Hub Minas Digital, espaço recém-integrado ao Circuito Liberdade. O encontro abordou o tema “Agenda 2030: cultura como oportunidade para o desenvolvimento sustentável”. Trata-se de um plano de ação, com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas que, de acordo com a Organização das Nações Unidas – ONU, buscam fortalecer a paz universal com mais liberdade. Para isso, a erradicação da pobreza, em todas as suas formas e dimensões, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Para compor a mesa de debates, foram convidados Clarice Libânio, professora da UFMG, socióloga, consultora nas áreas de cultura, desenvolvimento local, estudos ambientais e diagnósticos socioeconômicos; e Raimundo Soares, diretor do Instituto Orior – responsável por implementar o programa – e indutor dos movimentos Inter setoriais para a concretização dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030 da ONU. A mediação foi de Ana Flávia Machado, professora da UFMG e então gestora do Espaço do Conhecimento UFMG.
A próxima edição do Observatório do Circuito Liberdade está prevista para junho, com um tema a ser sugerido pela população. As propostas podem ser enviadas para o e-mail assessoriacircuito@iepha.mg.gov.br ou serem depositadas pessoalmente no Centro de Informação ao Visitante do Circuito Liberdade, que fica no prédio Rainha da Sucata.