Com maior orçamento municipal da região, Itabira obtém pior nota do Ideb

Foto de escola municipal feita no dia 21/8. Governo apostou forte em reformas, maioria atrasada há meses e tocadas em meio a alunos

26/07/2024 – Segundo dados divulgados pelo Governo Federal no último dia 14, mesmo com orçamento anual de mais de R$ 1 bilhão, Itabira obteve o segundo pior desempenho na avaliação do ensino público na região, compreendendo 17 municípios circunvizinhos. O município ficou com média de 5,8 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2023. O resultado foi o mesmo obtido pelas escolas de Santa Maria de Itabira, que tem um décimo da população itabirana e arrecadação anual perto de R$ 70 milhões.

Na avaliação geral do Ideb, considerando os ensinos fundamental I e II e o ensino médio, no conjunto das redes públicas municipal e estadual, Itabira ficou empatado com Santa Maria de Itabira e Conceição do Mato Dentro, as três com nota 5,8. Ambas, cidades menores em população e muito inferiores em arrecadação.

O levantamento mostra que receitas maiores nos cofres municipais, não garantem melhores notas. Das 17 cidades consideradas pela reportagem, nenhuma tem orçamento que se aproxime do orçamento médio de Itabira, que se manteve em mais de R$ 1 bilhão nos últimos quatro anos. A segunda receita é de Conceição do Mato Dentro (R$ 661.980.277,57), que também fez feio na avaliação geral do ensino.

De acordo com levantamento realizado em 2021, no segmento público, Itabira contava com 15 escolas estaduais, 28 escolas municipais e 18 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), com outros em construção. A cidade dispõe também de um leque de instituições privadas no ensino regular e técnico. Naquela ocasião, com orçamento bem menos volumoso, R$ 662 milhões, a média era 5,9.

Enquanto Dom Silvério, a cerca de 100km de Itabira, que arrecadou em 2023 R$ 65 milhões e renda per-capita de R$ 21 mil, obteve nota média de 7,8.

Outro município que se destacou sobre a bilionária Itabira e outras cidades minerárias foi Santo Antônio do Rio Abaixo, que gerencia uma receita anual de R$ 24 milhões e aparece no ranking marcando 7,2 de pontuação, mesma nota obtida pela cidade com maior arrecadação em Minas, São Gonçalo do Rio Abaixo, com receita anual de R$ 450 milhões.
Itabira ficou para trás ainda de cidades também de menor porte e arrecadação inferior como Barão de Cocais (5,9), Bela Vista de Minas (6,0), Catas Altas (6,5), Dores de Guanhães (6,0), Ferros (5,9), Guanhães (6,0), Itambé do Mato Dentro (6,8), João Monlevade (6,6), Nova Era (6,1), Rio Piracicaba (6,9), Santa Bárbara (6,4), São Domingos do Prata (6,7) e São Sebastião do Rio Preto (6,1).

As únicas que tiveram desempenho abaixo do de Itabira foram Bom Jesus do Amparo (5,6) e Morro do Pilar (5,3).

O índice mede a qualidade do ensino em todo o país por meio do desempenho dos alunos em provas de língua portuguesa e matemática e também por meio da taxa de aprovação.