Apesar de revoltados e do protesto, professores de Itabira terão carga horária aumentada

Professores afixaram no dia 6 cartazes na porta da Prefeitura

12/02/2025 – Depois do Carnaval, professores da rede municipal de ensino em Itabira deverão ter suas cargas horárias na escola ampliadas. O anúncio da mudança causou revolta entre a classe trabalhadora que chegou a pedir a exoneração da secretária de Educação, Edna de Carvalho Silva. Mas apesar dos protestos, os trabalhadores não conseguiram a demissão da secretária e tão pouco reverter a situação.

Durante um protesto, realizado na Prefeitura no último dia 6, um grupo pequeno representando os professores foi recebido pela secretária Edna Silva, pela chefe de Gabinete; Natália Lacerda Faria, o secretário de Governo; Roberto Ferreira Chaves e o secretário de Administração e Governança, Paulo Henrique Figueiredo.

Diante da reação negativa da classe, a Secretaria Municipal de Educação (SME) decidiu adiar a medida por tempo limitado. O professor Giovane Magno Lopes, que participou da comissão, contou que a alteração da carga horária foi prorrogada para o dia 28. Depois dessa data, um novo horário deverá ser definido com a participação da comissão de professores.

Atualmente os professores da rede pública municipal cumprem 10 das 40 horas de trabalho em casa. Essas horas, segundo Giovane Lopes, é o tempo usado para preparar e corrigir provas, elaborar trabalhos escolares e outras atividades exigidas pelo magistério.

“Esse é o tempo que nós temos para corrigir e elaborar provas e planejar nossas aulas. O que eles querem é que a gente cumpra essas horas na escola, mas isso é inviável”, disse, listando as dificuldades enfrentadas por grande parte da classe.

Protesto não teve propósito alcançado

Entre os problemas, ele aponta para o esvaziamento da escola. Alguns professores teriam que ficar à noite sozinhos nas escolas, depois das aulas saírem e dos demais funcionários deixarem o ambiente.

A secretaria ficou de voltar a discutir o assunto com uma comissão de professores, com a proposta de ouvir da classe sugestões para colocar a medida em prática.

Passado o calor das discussões, a Prefeitura, por meio de sua Assessoria de Comunicação, soltou uma nota informando sobre a mudança que será implantada. Embora afirme que os professores participaram da elaboração da nova carga horária imposta, na nota, não há esperança da medida ser revertida.

“Em Itabira, todos os professores trabalham 30 horas semanais, embora recebam o piso salarial de 40 horas, seguindo a política de valorização da Educação adotada pela atual gestão. Além de alcançar a isonomia entre todos os profissionais da Rede Municipal, a ideia, segundo a SME, é que os docentes estejam mais conectados com as plataformas pedagógicas e ajudem na construção do novo modelo de Educação proposto pela Prefeitura de Itabira”, diz um trecho da nota, usando como pretexto a manutenção dos docentes mais presentes durante as horas extraclasse, com participações em cursos, reuniões e outras atividades pedagógicas.

A nota diz ainda que a medida está prevista em uma resolução que disciplina a rotina dos profissionais do magistério na Rede Municipal de Ensino e equipara a carga horária de trabalho do ensino fundamental com a carga horária do ensino infantil.

Embora não tenha se manifestado publicamente em relação à mudança, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Municipais de Itabira (Sintsepmi), Auro Antônio Gonzaga, afirmou que está acompanhando o processo de perto.

“O Sindicato tem acompanhado, não existe ainda agendamento de reunião, a comissão deve ser montada pela secretaria com integrantes de todas as séries para resolver esta questão”, disse o sindicalista ao ter o posicionamento da entidade representante dos servidores questionados.

Nota da Prefeitura na Íntegra

Secretaria convoca professores para construção conjunta da nova Educação de Itabira

A Secretaria Municipal de Educação publicou na última segunda-feira (3), uma resolução que disciplina a rotina dos profissionais do magistério na Rede Municipal de Ensino. Entre outros dispositivos, uma das novidades neste ano é a proposta de que os professores estejam mais presentes durante as horas extraclasse, com participações em cursos, reuniões e outras atividades pedagógicas.

Atualmente, professores da Educação Infantil e de séries iniciais do Ensino Fundamental cumprem parte de suas horas extraclasse nas próprias escolas. Das 30 horas semanais, sete horas e meia são destinadas às atividades extraclasse, sendo que três horas e meia precisam necessariamente serem cumpridas nas instituições de ensino. A nova resolução estende essa exigência também para os professores das séries finais do Ensino Fundamental. Com a mudança, das dez horas destinadas às atividades extraclasse, três horas e meia seriam cumpridas nas escolas, com participação nas ações propostas pela Secretaria Municipal de Educação.

Em Itabira, todos os professores trabalham 30 horas semanais, embora recebam o piso salarial de 40 horas, seguindo a política de valorização da Educação adotada pela atual gestão. Além de alcançar a isonomia entre todos os profissionais da Rede Municipal, a ideia, segundo a SME, é que os docentes estejam mais conectados com as plataformas pedagógicas e ajudem na construção do novo modelo de Educação proposto pela Prefeitura de Itabira.