Por se tratar de uma solução provisória, a comunidade escolar, segundo o professor Giovane Lopes, compreendeu e aceitou
8/1/2025 – A transferência dos alunos da Escola Municipal Antônio Camilo Alvim (Emaca), do Barreiro, para a Escola Municipal Candidópolis vai ajudar para que esses alunos tenham um retorno das férias escolares e consigam cumprir o calendário letivo em princípio. Entretanto, a medida apresentada pelo governo municipal, durante reunião realizada na sexta-feira (3), com professores e toda comunidade escolar, está longe de resolver o problema. Essa é a conclusão do professor Giovane Lopes, que ainda vê a proposta com desconfiança.
A Escola de Candidópolis está fechada desde 2018. O prefeito Marco Antônio Lage (PSB) propôs fazer uma reforma em todo o prédio e construir mais quatro salas de aulas durante esse período de férias para receber os alunos do Barreiro. A proposta inclui ainda a entrega de toda reforma da escola, no mês de agosto.
Segundo Giovane Lopes, a transferência de alunos já havia sido cogitada anteriormente e recusada pela comunidade escolar. Isso porque a Secretaria Municipal de Educação queria dividir os alunos, levando apenas parte deles para a Escola de Candidópolis e manter o restante na escola em reforma. De acordo com o professor, na condição atual, a manutenção das aulas na Emaca é totalmente inviável.
Outra proposta rejeitada foi a de distribuir todos os alunos em outras escolas da rede municipal. Os professores, bem como os pais de alunos, não concordam em dividir os alunos.
A Secretaria de Educação e a diretoria da escola são acusadas de omissão nesse processo. Giovane Lopes disse que foi necessária a mobilização de alunos, pais e professores, para atrair a atenção do prefeito.
O problema ainda foi levado ao conhecimento do Ministério Público antes que o prefeito comparecesse para ouvir a comunidade.
”Só gostaria de frisar uma coisa; tanto a secretaria, quanto a direção da escola começaram a falar que resolveram o problema. Na verdade, não resolveram o problema não. A secretaria foi incapaz de oferecer uma solução. A ideia era manter a gente nas condições indignas de serviço que a gente estava. Foi uma luta, foi um confronto na verdade, onde a gente usou toda a nossa força política, força de grupo e tudo mais porque senão a situação não tinha sido resolvida em benefício dos alunos”, disse desmentindo as declarações feitas pela diretoria da escola e Secretaria de Educação em redes sociais.
“Eu estou falando aqui do grupo, inclusive da comunidade escolar. Nós temos documentação assinada pelos pais, fizemos denúncia ao Ministério Público. Foi um movimento que se a gente não tivesse feito, provavelmente nada teria saído. A Secretaria e Prefeitura não teria se movido. Então quem lutou e conseguiu a melhoria e as condições para dar aulas para os nossos alunos foi o grupo, foi a comunidade escolar”, pontuou.
Por se tratar de uma solução provisória, a comunidade escolar, segundo o professor, compreendeu e aceitou. Entretanto, continuará acompanhando o processo até que os alunos retornem à escola de origem.
“A gente vê que é uma situação momentânea. E como é momentânea, a gente vê sim a possibilidade de funcionar. Será por apenas um semestre”, disse, explicando que a escola de Candidópolis fica a 8km do Barreiro. A distância será o nosso desafio. Mas entendemos que nesse momento, a medida é necessária”.
- Prefeitura comemora solução
Logo após a reunião com a comunidade escolar, na semana passada, a Prefeitura soltou nota informando da decisão.
Um trecho da nota diz: “A transferência dos alunos para a escola do Candidópolis foi pela proximidade com o Barreiro. O tempo de percurso até a escola é de apenas dez minutos [8km] e a estrutura é muito boa, com salas amplas, que, com a reforma, vão atender os alunos”, explicou a secretária de Educação, Edna Carvalho.
Já a diretora da Escola Municipal Antônio Camilo Alvim, Waldênia Oliveira, se mostrou aliviada com a decisão. “Estou muito feliz com a decisão da abertura da escola do Candidópolis para atender os nossos alunos. Ficamos procurando vários locais para transferência dos alunos em 2025, mas não encontramos. A equipe da Educação sabe que será uma decisão provisória, porém vamos conseguir atender os alunos com mais qualidade”, finalizou.
Segundo a nota, além de professores, direção e membros do Sindicato dos Servidores Públicos participaram da reunião com o prefeito, as secretárias de Educação, Edna Carvalho; de Obras, Marinésia Costa; e de Planejamento, Rosemary Pires Guerra; além do secretário de Governo, Roberto Chaves.