Diretor de Centro Socioeducativo é denunciado por assédio

Em audiência, servidores de Governador Valadares falam em agressões verbais, ameaças e benefícios a esposa de diretor

Denúncias de assédio moral e ilegalidades cometidas pelo diretor-geral do Centro Socioeducativo de Governador Valadares (Rio Doce), Ayres Paula de Almeida Junior, foram apresentadas em audiência pública na manhã desta terça-feira (10/9/19). Durante a reunião, realizada pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o representante da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais negou conhecer algumas das denúncias e disse que outras estão sendo investigadas, algumas contra o diretor e outras contra servidores da instituição.

Vários agentes socioeducativos compareceram para fazer as denúncias. De acordo com um deles, Deivison Marques, são constantes as ameaças de transferências ou de mudanças de plantões para que eles trabalhem em horários menos convenientes. Ele também relatou caso de agressão verbal do diretor contra ele em frente aos adolescentes internados, que passaram a fazer chacota com o agente sobre o caso.

Outro agente, Jeferson Perez, relatou que as comunicações de faltas disciplinares feitas por eles contra os adolescentes são invariavelmente arquivadas ou acabam com o adolescente absolvido. Também citou situações em que o diretor deu ordens para que as escoltas aconteçam com número inferior a dois agentes por interno como é determinado em regulamentos.

Também uma servidora do quadro administrativo do Centro Socioeducativo de Governador Valadares prestou queixas contra o diretor-geral. Jaqueline Faria trabalha na instituição desde a sua fundação e era coordenadora de uma das áreas administrativas, mas, segundo ela, foi removida do cargo ao voltar de férias em 2018 para que a esposa de Ayres Paula, que é concursada para a área de segurança, ocupasse seu cargo administrativo.

Como relatou, Jaqueline ficou quase um ano sem desempenhar nenhuma atividade e só depois de manifestação do Ministério Público contra a gestão da unidade, ela foi lotada no almoxarifado, enquanto a esposa do diretor se manteve em seu cargo anterior.