Número de trabalhadores no setor de saúde cresceu e ajudou a reduzir taxa de desocupação
A taxa de desocupação, que mede o desemprego no país, segue em queda e chegou a 8,9% no trimestre encerrado em agosto. Essa taxa representa uma queda de 0,9 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, terminado em maio. Também é o menor patamar desde o trimestre encerrado em julho de 2015 (8,7%). Já o contingente de pessoas ocupadas foi de 99 milhões, batendo novamente o recorde na série histórica, iniciada em 2012. Pelo segundo mês consecutivo, o rendimento real habitual cresceu e chegou a R$ 2.713 no trimestre.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada hoje (30) pelo IBGE.
O nível de ocupação, ou seja, o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 57,1%, um crescimento em comparação com o trimestre anterior (de 56,4%) e acima do mesmo período do ano passado (de 53,4%). “O mercado de trabalho segue a tendência demonstrada no mês passado, continuando o fluxo que ocorre ao longo do ano, de recuperação”, explica Adriana Beringuy, coordenadora da PNAD.
Três atividades influenciaram a queda do desemprego em agosto e mostraram aumento da ocupação no recorte: O setor de “Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas” subiu 3% em comparação com o trimestre anterior, adicionando 566 mil pessoas ao mercado de trabalho. Já “Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais” cresceu 2,9% (mais 488 mil pessoas) enquanto o grupo “Outros serviços” apresentou alta de 4,1% (211 mil pessoas).
População desocupada é a menor desde novembro de 2015
O número de trabalhadores desocupados foi de 9,7 milhões de pessoas, caindo ao menor nível desde novembro de 2015. Representa uma queda de 8,8% (menos 937 mil pessoas) na comparação trimestral e 30,1% (menos 4,2 milhões) se comparado ao mesmo período do ano passado.
A pesquisa mostra que o número de empregados sem carteira assinada no setor privado, de 13,2 milhões de pessoas, é o maior da série histórica, iniciada em 2012. Houve crescimento de 2,8% no trimestre (mais 355 mil pessoas) e de 16% (1,8 milhão de pessoas) no ano. Por outro lado, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) aumentou 1,1% e chegou a 36 milhões.
Já a quantidade de trabalhadores por conta própria foi de 25,9 milhões de pessoas, mantendo a estabilidade na comparação com o tri anterior, enquanto o número de empregados no setor público cresceu 4,1% e chegou a 12,1 milhões.
Entre os desalentados, a população total foi de 4,3 milhões de pessoas e o percentual de desalentados foi de 3,8%, ambos mantendo estabilidade.
Rendimento médio crescer pelo segundo mês seguido
A PNAD Contínua divulgada pelo IBGE mostra, ainda, que o rendimento real habitual cresceu pelo segundo mês consecutivo, após dois anos sem crescimento. Em agosto, o salário médio do trabalhador brasileiro chegou a R$ 2.713. Esse valor representa uma alta de 3,1% em relação ao trimestre anterior, embora demonstre estabilidade na comparação anual. “’Esse crescimento está associado, principalmente, à retração da inflação. Mas a expansão da ocupação com carteira assinada e de empregadores também são fatores que colaboram”, diz Beringuy.
O grupo de empregados com carteira de trabalho assinada apresentou crescimento de 2% (mais R$ 51) enquanto o de empregadores subiu 11,5% (R$ 689). Entre os setores, destaque para “Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura”, com alta de 7,2% (R$ 123), “Indústria”, que subiu 4,4% (R$ 111). Também “Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas”, com 3,5% (R$ 77) e “Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas”, com alta de 5,5% (R$ 205) registraram crescimento no rendimento médio real habitual na comparação com trimestre anterior, encerrado em maio.
Mais sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.