O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado nesta sexta-feira (10) pelo IBGE, subiu 0,14% em junho, a menor taxa de 2020 e o menor índice de junho da série com desoneração, iniciada em 2013. A taxa é 0,3 ponto percentual abaixo da registrada em abril (0,17%) e 0,21 p.p abaixo do índice de junho de 2019 (0,35%).
O resultado mostra desaceleração na taxa mensal dos custos agregados, e em todos os indicadores acumulados. De janeiro junho, o índice acumula 1,47%, ante 1,97 de igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses, a taxa soma 3,52%, ante 4,25% de junho do ano passado.
“Os acumulados nos 12 meses para a parcela da mão de obra caíram de 3,51% em maio para 3,37% em junho. Já os custos acumulados dos 12 meses de materiais caíram de 3,89% em maio para 3,60% em junho de 2020”, assinala Augusto Oliveira, gerente da pesquisa Sinapi.
O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em maio fechou em R$ 1.174,02, passou para R$ 1.175,62 em junho, sendo R$ 616,59 relativos aos materiais e R$ 559,03 à mão de obra.
A parcela dos materiais apresentou variação de 0,17%, registrando queda de 0,02 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,19%) e de 0,28 p.p. se comparado ao índice de junho de 2019 (0,45%).
Já o valor da mão de obra registrou taxa de 0,10%, também caindo em relação ao índice do mês anterior (0,14%). Com relação a junho de 2019 (0,24%), houve queda de 0,14 p.p.
De janeiro a junho, os acumulados são 1,81% (materiais) e 1,05% (mão de obra), sendo que em 12 meses ficaram em 3,60% (materiais) e 3,37% (mão de obra).
O gerente da pesquisa, Augusto Oliveira, explica que a desaceleração nos custos da mão de obra se deve ao menor poder de barganha dos sindicatos devido ao desaquecimento da construção. Os acordos coletivos e os dissídios têm conseguido apenas a reposição da inflação, sem ganhos salariais. “Já os materiais têm desaceleração dos preços devido à redução da demanda com o desaquecimento das obras do setor”, completa Oliveira.
Região Norte registra maior variação mensal
A região Norte, com taxas positivas em 6 dos 7 estados que a compõem, ficou com a maior variação regional em junho, 0,31%.
As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,19% (Nordeste), 0,14% (Sudeste), -0,05% (Sul) e 0,06% (Centro-Oeste).
Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.185,14 (Norte); R$ 1.091,56 (Nordeste); R$ 1.224,52 (Sudeste); R$ 1.230,35 (Sul) e R$ 1.176,87 (Centro-Oeste).
Entre as unidades da federação, o destaque é o Espírito Santo, com alta observada nas categorias profissionais, de 1,32%. “A maior taxa foi devido aos aumentos acordados nos dissídios coletivos”, conclui.