“A saga continua…” assim desabafou o vereador e presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região, André Viana Madeira, após discursar mais uma vez para uma mesa com representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres, desta vez em Governador Valadares nesta quinta-feira (18).
Visivelmente decepcionado, o vereador e sindicalista desabafou em seu discurso, iniciado pela apresentação dos itabiranos que o acompanharam mais uma vez. Com imagens em um telão mostrando o início da ferrovia Vitória-Minas em Itabira, André Viana criticou as pessoas que foram à tribuna elogiar a Vale e a ANTT.
“Essa audiência é vergonhosa por várias razões: a primeira delas é uma discussão que deveria estar acontecendo somente daqui a 10 anos, afinal, qual o interesse da antecipação desta discussão?”. André continuou: “Estamos discutindo com várias pessoas a aplicação de r$ 4 bilhões em seus estados e cidades e essa discussão não passa por Itabira, cidade berço desta ferrovia. Estão discutindo a aplicação de bilhões de reais em outros locais deixando Itabira de lado, sendo ela, repito, o início de tudo isso e principal responsável por ações que fomentam financeiramente a ferrovia, que é o transporte de minério de ferro”. A maior reclamação do sindicalista e vereador são cidades como Belo Horizonte, Brasília, Ipatinga e Governador Valadares sediarem audiências públicas que tratam de um assunto “de interesse direto pelo município de Itabira, já que a ferrovia começa e corta a cidade de ponta a ponta, responsável por mortes e mutilações de pessoas e acidentes com veículos. “Senhores representantes da ANTT, pelo sangue derramado do trabalhadores que ajudaram a construir essa ferrovia, representados por diversos aposentados que vieram de tão longe participar desta audiência, permitam Itabira participar desta discussão. “Não tenho nada contra as cidades de Ipatinga e Governador Valadares, mas respeitem Itabira que já existia muito antes destes municípios.”
André Viana exibiu uma manchete do jornal Diário de Itabira onde a empresa Vale conseguiu uma liminar proibindo-o de fazer qualquer manifestação na ferrovia sob pena de R$ 50 mil em multa/dia. Também cobrou uma resposta da Agência ao ofício entregue na audiência em Brasília que sequer foi respondido: “Que sejamos ouvidos, pois quando não tinha dinheiro, não tinha bilhões de reais envolvidos, nossos pais e avós estavam alimentando a ferrovia para que hoje Rio de Janeiro, Mato Grosso e outras cidades vem querer dinheiro.”, disse.
Foi entregue um abaixo assinado solicitando a audiência pública em Itabira.