Complexo da Unifei começa a ser realidade

Marco Zero

O prefeito Ronaldo Magalhães participou, na manhã de quinta 920), do início das obras no campus Itabira da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), onde a Prefeitura construirá, inicialmente, três prédios em 30 mil m².

Em até quatro meses, a Secretaria Municipal de Obras, Transportes e Trânsito (SMOTT) executará a terraplenagem total na área. Esta etapa custará R$ 442.861,64 aos cofres públicos. “É a primeira parte das obras de implantação de três prédios. Hoje iniciamos a terraplenagem e, nas primeiras semanas de janeiro, faremos a licitação da fundação desses prédios, cerca de R$ 4 milhões, para, posteriormente, começar a construção deles”, informou Ronaldo Lott Pires, secretário de Obras.

Para o diretor-geral do campus Itabira da Unifei, José Eugênio Lopes de Almeida, o início desta obra representa o “marco zero” da construção do complexo universitário proposto no projeto Campus do Futuro, elaborado pelo escritório Gustavo Penna Arquiteto e Associados (GPA). “Podemos considerar que esse é o ponto inicial da construção do campus. Os prédios existentes não estavam previstos neste projeto global que foi feito pela empresa GPA. Hoje seria o marco zero do campus nesta nova concepção que a gente chama de complexo da Unifei”.

Segundo o prefeito Ronaldo Magalhães, trata-se de um grande e caro empreendimento. “São muitos prédios e muitas coisas para serem construídas. O custo é bastante elevado e como pegamos o governo com sérias dificuldades financeiras, tivemos que dar um tempo, revisar o projeto, adequá-lo à realidade atual e à questão orçamentária”. O prefeito explicou ainda que a construção dos prédios começará no próximo ano, depois que as alterações no projeto original do campus forem executadas. “Nesse período (da terraplenagem) já estará pronto o projeto arquitetônico revisado para realmente concretizar o início da obra. Eu acredito que até meados do ano que vem começaremos os prédios”.

Revisão

O planejamento municipal feito pela gestão passada para ampliar o campus, de acordo com Ronaldo Lott, não correspondia à proposta da universidade. “Antes a Prefeitura construiria alguns prédios que não atendiam aos objetivos da Unifei. No ano passado, nos reunimos com a direção e definimos o que era importante para obtermos uma ampliação do número de alunos de forma mais rápida. Então, optamos pela construção desses três prédios, chamados de prédios de aprendizagem”.

Originalmente apresentado pelo arquiteto responsável, Gustavo Penna, ainda em 2012, o Campus do Futuro será remodelado nos próximos meses para se adequar à nova realidade econômica do município. “Essa revisão é acordada com a Unifei e com o escritório. Não mudaremos a sua arquitetura, mas o padrão de acabamento para diminuir os custos. A nossa expectativa é reduzir mais de 30% do previsto inicialmente”, garantiu Ronaldo Lott que, informou também o recurso necessário para erguer os prédios. “Estava orçado em R$ 120 milhões, mas nós queremos fazer abaixo de R$ 100 milhões e isso nós vamos tentar ajustar com o Gustavo Penna”.

Além disso, segundo o secretário, a Prefeitura fez um reordenamento no projeto para que a infraestrutura existente seja mantida, decisão que contribuirá para a redução dos gastos. “O projeto contemplava alteração em todas as pistas e nós queremos manter tudo isso para que, se for necessário modificar, seja feito na última etapa, daqui a dez ou 15 anos. Ou seja, todos os incrementos de alunos e de crescimento vegetativo da Unifei serão feitos na infraestrutura existente. Isso barateia muito as obras”, ressaltou Ronaldo Lott.

Mesmo com as revisões já realizadas no projeto inicial, em anos anteriores, José Eugênio Lopes disse que a as obras permaneceram no papel devido a falta de recursos. “Mas, com o empenho do prefeito Ronaldo Magalhães, que tem sido um parceiro excepcional da Unifei, assim como sua cúpula, conseguimos iniciar essa obra, um sonho que já vem de anos”, destacou o diretor.

Complexo esportivo

Paralelo à construção dos prédios, a Prefeitura fará uma pista de atletismo em uma área de 12 mil m², no complexo esportivo da universidade, que atualmente executa as obras de duas quadras.

A pista, segundo Ronaldo Lott, é um compromisso do prefeito Ronaldo Magalhães com o reitor da Unifei, Dagoberto Alves de Almeida. “Também revisamos o projeto da pista, reduzimos um pouco o seu tamanho para adequar à nossa realidade e a licitação, com estimativa inicial de R$ 5 milhões, será aberta em janeiro”. O secretário informou também que o piso para esta pista já está em Itabira desde 2014. “Mas, a cola se perdeu e teremos que adquirir outra”, finalizou.

Contrapartida

O diretor-geral do campus, José Eugênio Lopes, disse acreditar que a contrapartida da Unifei é contribuir para a diversificação em diversas áreas. “É justamente apoiar o desenvolvimento da cidade nas áreas de tecnologia, apoio às empresas, à cultura e educação. Prova disso é que cada vez mais alunos da região estão se tornando alunos da Unifei”.

No último processo seletivo de 2018, de acordo com ele, 46% dos discentes são de Itabira e região. Desse total, 36% são alunos itabiranos. “O foco da Unifei é beneficiar Itabira e por consequência a região. Cada vez mais, buscamos retribuir o que a Prefeitura, principalmente, investe e, com isso, ajudar para que as coisas funcionem”, informou José Eugênio Lopes.

Ainda segundo ele, com a ampliação do campus, a meta estimada pela Unifei é de dez mil estudantes, hoje a universidade conta com aproximadamente dois mil. No entanto, o crescimento da quantidade de alunos dependerá do ritmo das obras. “A tendência é ir aumentando gradativamente conforme os espaços sejam ampliados. Além disso, dependemos do MEC (Ministério da Educação) para criar novos cursos ou aumentar as vagas dos existentes. Com a ampliação é previsto criar vários outros cursos, inclusive de pós-graduação”. O diretor revelou ainda que a Unifei discute com a Prefeitura a criação de cursos noturnos para atender a demanda das pessoas que trabalham durante o dia e precisam estudar em outras cidades. “Pensamos também em cursos na área de administração e engenharias voltadas para as áreas produtivas, demandados pelos funcionários da Vale e de outras empresas”, concluiu José Eugênio Lopes.