A Petrobras anunciou na segunda-feira (8), mais um aumento no preço de combustíveis. Trata-se do sexto reajuste em 2021. Conforme anunciado, a partir de terça-feira (9), a gasolina subiu 8,8% nas refinarias e o diesel, 5,5%.
Com isso, os preços médios nas refinarias serão de R$ 2,84 por litro para a gasolina e de R$ 2,86 por litro para o diesel — o que representa uma alta no ano de 54% no preço da gasolina e de 41,6% no diesel.
Em Itabira, estes reajustes seguidos fizeram a gasolina subir de R$ 4,119 em março de 2020, para R$ 6,049 no dia 10 março deste ano, R$ 1,930 mais cara (47%) em 12 meses. No mesmo período, o etanol saltou de R$ 2,699, para R$ 4,649, ou R$ 1,950 (72%) mais caro. Já o diesel S10, que era vendido a R$ 3,279 há um ano, nesta semana fechou a em R$ 4,599, R$ 1,320 (40,5%) mais caro.
Estes aumentos assustam o trabalhador assalariado, que teve reajuste de apenas 5,22% com base na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Para apertar ainda mais, o reajuste salarial ficou abaixo da inflação no período, que foi de 6,29% segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo a Petrobras, o aumento se dá por “alinhamento dos preços ao mercado internacional [que] é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros refinadores, além da Petrobras”. A empresa lembra que esse mesmo equilíbrio competitivo é responsável pelas reduções de preços quando a oferta cresce no mercado internacional, como ocorrido ao longo de 2020.
Os preços praticados pela Petrobras, e suas variações para mais ou para menos, associados ao mercado internacional e à taxa de câmbio, têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais. O preço da gasolina e do diesel vendidos na bomba do posto revendedor é diferente do valor cobrado nas refinarias da Petrobras. Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis.
Matéria publicada na edição 729 do Folha Popular