Com pesquisa e anúncio de vitória antecipada, Paulo Soares cai

Derrota vexatória coloca fim a um continuísmo de 16 anos no Metabase

Foto: Apuração terminou às 3h30 da madrugada desta sexta (10)

Após 16 anos seguidos a frente do maior e mais poderoso sindicado de classe do Centro Leste de Minas, o Metabase, chapa encabeçada por Paulo Soares de Souza sofre derrota vexatória e terá que entregar a gestão ao opositor, Andre Viana Madeira, que encabeçou a Chapa 2, a Oposição Unificada.

Os dois concorrentes são vereadores em Itabira, fato que contribuiu para uma disputa mais equilibrada nos bastidores da política local.

A eleição aconteceu nos dias 8 e 9 de agosto e apuração dos votos foi concluída às 3h30 da madrugada desta sexta (10).

Foram contabilizados 2.091 votos, sendo 2.028 válidos. A chapa encabeçada por André Viana venceu com 1.217 votos, 58,2% dos votos válidos.
A Chapa 1, de Paulo Soares, recebeu 811 votos, 38,7%. Votos em branco somaram 34 (1,62 %) e nulos 29 (1,38%).

Como o voto não é obrigatório, pela primeira vez um grande número de sindicalizados não compareceu. A expectativa era de se apurar cerca de 3.6 mil votos.

Durante a campanha, não faltaram ataques e muita baixaria, envolvendo, principalmente, a Chapa 1.

A nova direção do Metabase, que toma posse no dia 1º de novembro, terá uma previsão orçamentária de R$ 9 milhões por ano.

A entidade conta com uma estrutura invejável, composta por clube social, papelaria, duas farmácias e colônia de férias na praia de Jacaraípe, no Espírito Santo, uma máquina poderosa, como classificou Carlos Drummond de Andrade em poema que, aliás, pode ser observado em um grande painel afixado no prédio do Metabase, no bairro Pará, em Itabira.

Em entrevista recente ao Folha Popular, André Viana se comprometeu a realizar uma gestão transparente, cobrar direitos dos associados sem uso de politicagem e recuperar a credibilidade do Metabase, realidade ilustrada com a derrota do continuísmo e a queda acentuada de votos nas urnas.

A primeira batalha da nova gestão será a negociação quanto a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) aos trabalhadores da Vale, que deverá ser paga pela mineradora em fevereiro de 2019.