Cidades têm saldo positivo em geração de empregos

O destaque vai para Conceição, que vive ápice da mineração. Itabira aparece em 2º lugar e Barão de Cocais em 3º no saldo de empregos entre os meses de janeiro e fevereiro

Depois de cinco anos consecutivos de queda no saldo de empregos (2013 a 2017), com 13.495 vagas extintas [o pico foi em 2015, quando Itabira registrou déficit de 7.300 empregos], sendo os setores da construção civil, comércio, indústria da transformação e extração mineral os mais afetados, a cidade encerra o primeiro bimestre de 2018 com saldo tímido, mas positivo em geração de emprego.

Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), disponibilizados neste mês de abril, Itabira começa a ver e economia com mais otimismo ao fechar os meses de janeiro e fevereiro de 2018 com o saldo de 112 empregos, o que pode ser o início da saída da recessão e a retomada da atividade econômica.

Pelas informações no site do Caged, nestes dois primeiros meses de 2018, os setores de serviços e construção civil, vilões do desemprego em períodos anteriores, mudaram de lado e pesaram para o saldo positivo, com 134 e 77 novas vagas, respectivamente. Por outro lado, o comércio e a agropecuária contabilizaram menos 98 vagas neste início de ano, conforme mostra o gráfico.

Em situação mais promissora está Conceição do Mato Dentro, que no primeiro bimestre deste ano ficou com saldo de 127 vagas, sendo os setores de serviços e extração mineral as principais alavancas para o saldo. Em terceiro lugar, também de forma positiva, aparece Barão de Cocais, com 91 novas vagas, sendo os setores de serviços e indústria de transformação os que mais geraram empregos.

Na linha inversa, conforme os dados do Caged, aparecem as cidades de Santa Bárbara e Bom Jesus do Amparo. Santa Bárbara registrou a extinção de 102 vagas de trabalho no primeiro bimestre de 2018. Os setores mais penalizados foram o de serviços (-31), agropecuária (-28) e extração mineral, com menos 27 vagas.

Já Bom Jesus amarga a perda de 14 vagas entre os meses de janeiro e fevereiro de 2018. Os setores penalizados foram os de comércio (-9) e indústria da transformação (-5).

Em nível Brasil, Minas Gerais aparece em 5º no ranking de geração de empregos, com saldo de 7.288 vagas abertas entre os meses de janeiro e fevereiro de 2018 e variação relativa positiva de 0.19%.

A reportagem do Folha Popular levantou, com exclusividade, dados do emprego em 15 cidades da região. Os meses analisados foram o de janeiro e fevereiro de 2018 e janeiro a dezembro de cada ano entre 2002 a 2017 com base no endereço eletrônico “https://pdet.mte.gov.br/caged”, box; saldo município ajustado.

Câmara promoverá audiência para debater desemprego

A Câmara Municipal de Itabira realiza no dia 2 de maio (quarta-feira, após o feriado do dia 1º de Maio – Dia Internacional do Trabalho), audiência pública sobre emprego e renda na cidade. A proposta da audiência é do vereador Weverton Júlio de Freitas Limões “Nenzinho” (PMN).

De acordo com o autor, serão convidados para o debate representantes do Sistema Nacional de Empregos (Sine), Prefeitura, Acita, Vale, empreiteiras e comunidade em geral.

O tema tem gerado muita discussão entre os parlamentares, que cobraram, principalmente da Vale, a destinação de vagas para os itabiranos.

Cresce número de informais

Outra situação desencadeada pela baixa oferta de emprego nestas cidades e a opção pela informalidade, seja uma pequena loja, venda ambulante de produtos diversos ou mesmo o mercado de alimentação, como os food trucks, como são conhecidos os veículos estilizados e adaptados para produzir e servir refeições nas ruas.

Para especialistas, esta opção acaba comprometendo a retomada esperada da economia, isso porque as famílias passam a não ter segurança em voltar a consumir com mais força.

O Folha Popular falou com pessoas que optaram por este mercado para vencer o desemprego ou mesmo para complementar a renda familiar.

Tatiana de Almeida e Márcio Ricardo
“Meu marido morava em Belo Horizonte e se mudou para Itabira para trabalhar na Vale, daí surgiu a ideia de complementar a renda com a venda de sanduíches, em carro adaptado, pelas ruas de Itabira. E tem dado certo”, diz Tatiana.