Cidades ricas estão entre as que mais recorrem ao Bolsa Família

Beneficiária com o cartão do programa de distribuição de renda

  • BENEFÍCIO PARA FAMÍLIAS POBRES OU EM EXTREMA POBREZA

25/02/2024 – Pelo menos três municípios na microrregião, que têm alta capacidade de geração de renda, graças ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita, estão no topo da lista das cidades que mais recebem o benefício do Bolsa Família, criado pelo Governo Federal para auxiliar famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza.

Os dados do PIB foram divulgados pela Fundação João Pinheiro (FJP) em dezembro de 2023, conforme levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

VALORES PAGOS PELO BOLSA FAMÍLIA DE JANEIRO A DEZEMBRO DE 2023

Catas Altas, com 5.473 habitantes, é um dos exemplos. Apontada como a mais rica do Brasil, com renda per capita de R$ 920.833,97 por pessoa/ano, ela aparece na microrregião em sexto lugar, com 514 pessoas cadastradas, o que representa cerca de 10% da população em situação de pobreza.

São Gonçalo do Rio Abaixo também apresenta números curiosos. Com 11.850 habitantes e a segunda no estado em PIB, com R$ 219 mil por pessoa/ano, ela tem 985 pessoas em situação de pobreza ou extrema pobreza, ou cerca de 10% da população recebendo o benefício do Governo Federal para conseguir ter acesso ao mínimo necessário para sobreviver.

Outro município que chama a atenção é Conceição do Mato Dentro. Com 23.163 habitantes conforme o IBGE, e mesmo sendo a quarta em produto interno bruto, vivem em situação de pobreza 2.684 conceicionenses, ou cerca de 15% da população. Na microrregião, conforme porcentagem, ela é a segunda com maior número de pessoas com acesso ao Bolsa Família conforme habitantes e benefícios distribuídos.
Estes dados estão no “portaldatransparencia.gov.br”.

Valor do benefício sobe e repasse para o gás cai

Com o novo adicional, o valor médio do Bolsa Família subiu para R$ 686,10. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês de fevereiro, o programa de transferência de renda alcança 21,06 milhões de famílias, com gasto de R$ 14,45 bilhões.

Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até seis meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos e outro, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos.

  • Cadastro

Com base no cruzamento de informações do Bolsa Família com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), cerca de 300 mil famílias foram canceladas do programa neste mês por terem renda acima das regras estabelecidas pelo Bolsa Família.
Por outro lado, outras 240 mil famílias foram incluídas no programa neste mês com a reestruturação do Sistema Único de Assistência Social (Suas).

  • Regra

Cerca de 2,29 milhões de famílias estão na regra de proteção em fevereiro. Em vigor desde junho do ano passado, essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 372,45.

  • Auxílio Gás

O Auxílio Gás pago às famílias cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), caiu para R$ 102, por causa das reduções recentes no preço do botijão.
Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia cerca de 5,5 milhões de famílias.