CDL pedirá a Ronaldo Magalhães isenção de IPTU, redução de tributos e empréstimo para comerciantes

Proposta será encaminhada via oposição para pressionar o prefeito Ronaldo Magalhães

A crise econômica provocada pelo novo coronavírus (Covid-19) vem causando prejuízos e demissões no comércio itabirano. A situação foi exposta durante uma coletiva de imprensa realizada, na manhã de quarta-feira (22), pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Itabira. O presidente da entidade, Maurício Martins demonstrou preocupação com o cenário e apresentou um plano emergencial de apoio ao comércio e manutenção dos empregos.

A proposta, elaborada em conjunto com o vereador de oposição Weverton Leandro dos Santos Andrade “Vetão” (PSB), será apresentada ao prefeito Ronaldo Lage Magalhães (PTB). O documento pede que a Prefeitura conceda aos comerciantes, neste período de pandemia, a isenção do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano (IPTU); a redução da alíquota para 2% para empresas sujeitas à incidência do Imposto Sobre Serviços (ISS) e a concessão de empréstimos através do Fundo de Desenvolvimento Econômico de Itabira (Fundesi), a juros 0%.

“O período é de cautela e incertezas. O momento pelo qual o comércio está passando é muito delicado. Para que possamos continuar movimentando os negócios temos que somar forças. O sucesso dessa ação só será concretizado se houver a participação efetiva do senhor prefeito”, ponderou Maurício Martins.

Levantamento: No último sábado (18) completou um mês que estabelecimentos de Itabira tiveram que fechar as portas em virtude de estratégia para combater a proliferação do novo coronavírus. Primeiro por decreto municipal e depois por determinação do Governo do Estado, só estão autorizados a funcionar aquelas empresas consideradas de ramos essenciais.

De acordo com o presidente da CDL Itabira, o comércio gera em torno de seis mil postos de trabalho no município. No entanto, devido a suspensão dos alvarás dos lojistas, já há registros de demissões e fechamento de empresas.

Um levantamento feito junto a 13 escritórios de contabilidades da cidade, associados e empresários aponta que a situação é gravíssima.

Em um mês, foram contabilizados 1.223 rescisões de contratos (demissões); mais de 2 mil suspensões de contrato (quando o empresário paga parte do salário do colaborador e o Governo Federal paga o restante) e redução da carga horária; além da concessão de férias para mais de mil funcionários.

Empresas do ramo alimentício, que mantém o serviço de delivery, tiveram queda de 80% da receita. Mais de 20 comércios itabiranos já encerraram as atividades e deram baixa no CNPJ. A previsão, segundo o levantamento feito, é que esse número chegue a 100 – caso não sejam realizadas medidas para o fortalecimento do setor.

Reabertura do comércio: Maurício Martins expôs seu posicionamento sobre a reabertura do comércio. Para ele, esse movimento deve ser feito com organização e responsabilidade. “Não é simples a reabertura. Em 6 de abril protocolamos um documento encaminhado ao prefeito, com aval do setor jurídico da Federação das CDLs de Minas Gerais, apresentando como queremos que seja feita a reabertura do comércio. Mas ainda não tivemos retorno”, frisou o presidente da CDL Itabira.

Na proposta, segundo ele, os colaboradores devem usar máscaras, álcool em gel 70% deve ser disponibilizado nos estabelecimentos, e o obedecido distanciamento mínimo entre clientes e funcionários, além do revezamento do horário de abertura das lojas.

Uma campanha para conscientizar os clientes também deve ser feita. A CDL Itabira se dispõe a auxiliar na fiscalização do cumprimeto das regras.

“Nunca vi o comércio gerar emprego com as portas fechadas. O comércio não vai aguentar mais 30 a 60 dias de quarentena. Temos condições para que o comércio reabra de forma responsável. Nossa pretensão é fortalecer esse movimento e criar um clima de confiança, lealdade e disposição para caminharmos juntos nesta difícil estrada empresarial”, concluiu Maurício Martins.