Resgatar e preservar a história são uma das prioridades da atual gestão de Catas Altas. Desde que assumiu o governo em 2017, várias ações já foram realizadas com este propósito.
E uma das maiores é a criação do projeto “Preserve” que objetiva preservar e recuperar o patrimônio religioso e cultural por meio de intervenções nos templos católicos e no acervo sacro do município.
A primeira etapa do projeto foi a restauração de 12 peças tombadas do século XVIII da capela de Santa Quitéria. As obras custaram R$ 208 e duraram quase um ano. Os objetos foram devolvidos para o local de origem em maio, durante a festa em homenagem à santa.
Entre as peças estão cinco imaginárias (imagens de Santa Quitéria, Nossa Senhora do Carmo, São Luis Gonzaga, São Francisco Bórgia e Crucifixo), seis objetos de iluminação (castiçais) e um material de ritual (pia de água benta).
Também estão sendo restauradas peças sacras da capela do Bonfim. As obras vão durar cerca de seis meses e contemplarão peças tombadas e dos séculos XVIII e XIX. Entre elas: móvel de guarda (cômoda), móvel de apoio (mesa), imaginárias (Jesus Crucificado e Nossa Senhora da Apresentação), adereço de imaginária (coroa), objetos de iluminação (castiçais) e fragmentos de retábulos.
Agora chegou a vez das intervenções serem realizadas nas igrejas Matriz de Nossa Senhora da Conceição e do Rosário e na capela do Senhor Bonfim, as três na sede da cidade.
Os projetos de reforma e pintura foram aprovados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a Matriz e pelo o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) para as outras duas.
As três obras custarão R$ 298.557,52.
Igreja Matriz – na igreja Matriz, a Prefeitura irá restaurar todas as esquadrias de madeira (portas, janelas e balaústres), cimalhas e barroteamento; preparação e limpeza superficial de todas as paredes externas com remoção de toda a camada existente; pintura externa; recolocação de vidros; preparação e limpeza do cruzeiro da praça Monsenhor Mendes; e limpeza dos sinos, do chafariz, das pedras e ornatos de cantaria.
A obra está estimada em R$ 225.816,79 e vai durar seis meses.
Igreja do Rosário – Entre as intervenções previstas para a igreja do Rosário estão: limpeza e conservação do sino; limpeza e restauração dos ornatos de cantaria; limpeza e preparação de todo o piso; substituição de telhas; pinturas em madeira e caiação em paredes internas e externas; reforma e restauração de cimalhas e esquadrias de madeira; e reconstituição do sistema de adobe e pau a pique.
Os trabalhos custarão R$ 44.270,63 e vão durar três meses.
Capela do Senhor Bonfim – Entre as intervenções previstos estão limpeza e reparação de todas as perdes externas; pintura nas madeiras e caiação nas paredes; retirada de madeiras danificadas; instalação de forro em esteira de taquara; reparação e limpeza de todo o piso; limpeza do sino; e reforma e restauração de cimalhas e esquadrias de madeira.
Para fazer a obra, serão necessários três meses e o investimento no valor de R$ 28.470,10.
Dados históricos
Igreja Matriz – Localizada na praça central, a igreja permanece inacabada, mas apresenta elementos raros da arquitetura mineira. Os altares laterais da nave são da primeira metade do século XVIII. É considerada um dos principais patrimônios do município. Teve sua construção iniciada em 1729, substituindo a ‘Matriz velha’ por ser ela pequena e não comportar o número de fiéis da comunidade.
A igreja é edificada em madeira, taipa e pedra e é de uma simplicidade característica do rococó mineiro. Internamente a igreja é bastante rica em detalhes de talha branca e dourada. É comum notar a ornamentação em madeira crua, pintura branca e pintura definitiva, e isto está relacionado com as três fases distintas de construção, sendo que algumas obras ficaram inacabadas.
Capela do Senhor do Bonfim – Datada do final do século XVIII, a Capela do Senhor do Bonfim (localizada na sede) carece de documentação para esclarecimentos maior de sua história. Ela foi construída em madeira com as paredes em pau a pique.
Igreja do Rosário – Localizada na rua do Rosário, sua construção data dos fins do século XVIII, possivelmente, no ano de 1862. Possui em seu interior um altar-mor com talha em estilo D. João V e teto pintado em tons de vermelho e marrom bem escuro. O forro da Capela Mor é da segunda fase do Barroco – um forro de abóbada de berço, sustentado por madeirame.