São 1,7 mil metros de via, a um custo aproximado de R$ 21 milhões
A avenida Machado de Assis, oficialmente chamada de Integração, que interliga as regiões dos bairros João XXIII e Gabiroba, terá que ser totalmente refeita. É o que aponta o estudo de engenharia civil encomendado pela Prefeitura para apurar problemas estruturais da via.
O secretário municipal de Obras, Danilo Alvarenga Freitas, reuniu a imprensa na manhã de quarta-feira (25) para apresentar o resultado da consultoria técnica e afirmou que a Prefeitura não tem como pagar pela correção da obra e que sua execução deve ficar para o próximo ano.
O relatório aponta que o projeto inicial da avenida, licitado, sofreu muitas alterações na execução da obra. Partes importantes sofreram cortes violentos, comprometendo toda a estrutura final. “Na verdade, existe um projeto completo, com pista de caminhada, campo futebol, drenagem. Todo filé. Só que na execução não foi respeitado esse projeto. Ele teve cortados vários itens. E cortou item vital”, disse o secretário, apontando para a falta de drenagem e impermeabilização.
Realizado por uma empresa especializada em avaliações de projetos de infraestrutura viária, EPG Engenharia, o estudo mostra falha no projeto ou na execução da obra. O documento ainda indica que a avenida foi construída já com problemas estruturais e que não poderia ter sido executada na condição que foi.
O documento de 17 páginas ressalta que a avenida está encaixada em um vale e deveria ter sido feito um trabalho de drenagem nas laterais e um trabalho de impermeabilização e compactação de todo o bordo da pista, que não foi realizado.
Na avaliação de Danilo Freitas, o problema é tão grotesco, que até mesmo um estagiário de engenharia poderia identificá-lo.
O secretário estima que a correção deverá custar em torno de R$ 15 milhões, um valor que não estava previsto nos planejamentos do Município. Danilo Alvarenga deixou claro, que a Prefeitura, no momento, não tem como custear a obra. “Essa conclusão que tivemos é que este ano não vamos conseguir fazer nenhuma obra estruturante. Vamos fazer os paliativos”, explicou.
O laudo conclusivo também será encaminhado para o Ministério Público, com pedido de providência. Caberá à Justiça o apontamento dos responsáveis.
“Algumas coisas são de responsabilidade da empresa [construtora] sim. Como essa execução da compactação geral. Acredito que ali vai ser responsabilidade da empresa, porque eram itens de planilha que deveriam ser executados de uma forma X e também pela responsabilidade técnica. Isso é um erro tão primário que um estagiário de engenharia conseguiria detectar”, ressaltou o secretário.
É intenção ainda da Prefeitura acionar o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e o Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa). A expectativa é de que o financiamento seja assegurado pelas instituições financiadoras.