Aposentado completa 100 anos comendo de tudo e tomando vinho

Antenor nasceu no dia 23 de agosto de 1923 – há 100 anos

15/08/2023

No último dia 23, Antenor Apolinário de Oliveira comemorou a chegada de uma nova idade. Ele completou 100 anos de vida. A comemoração foi singela, mas especial para ele porque fez o que mais gosta de fazer no momento. Passear. A cervejinha, o vinho no cair da tarde, ainda fazem parte dos hábitos de vida.

Para celebrar a data, o filho que recebeu o mesmo nome do pai, Antenor Filho, mandou fazer apenas um bolinho e cantou parabéns ao lado de uma neta, um bisneto e outras duas filhas. A comemoração principal foi uma viagem de passeio indicada pelo idoso. Passear, segundo disse o aposentado, se tornou seu passatempo predileto do seu centenário. A festa, Antenor Oliveira disse que pode esperar. Chegar aos 100 anos para ele não é o fim da linha. Sua intenção é viver muito mais. “Gosto de viver. Enquanto Deus me deixar viver estou alegre”.

Fardado pelo exército ao lado do irmão José Basílio e amigo Adão Matoso

Apesar de nunca ter seguido um projeto visando uma longevidade, o idoso disse que sempre achou que teria uma vida longa. Essa longevidade ele atribui ao ritmo de vida que teve até aqui e como responde sem pensar “Nunca fui extravagante”.

Quando era criança, morava em um sítio na zona rural do distrito de Senhora do Carmo e trabalhava ao lado da família na roça desde pequeno. Sempre comeu de tudo, sem restrições, mas a comida favorita era o tradicional arroz com feijão e carne.
O alimento da casa vinha do que era plantado nesse sítio e da carne dos animais que eram criados no local. Todo o alimento era preparado com banha de porco, o que ainda come até hoje.

Os exercícios físicos eram o próprio trabalho. Depois de sair da roça foi trabalhar na Vale na função de soldador, mas não abandonou os trabalhos nas plantações.

Ao lado da esposa e cunhadas

Ele se diverte ao contar que era um namorador nato e só sossegou depois de encontrar aquela que se tornou esposa e mãe dos seus 11 filhos. Atualmente, são nove vivos. Tem muitos netos e bisnetos, mas devido à correria do dia a dia dos tempos modernos, quase nenhum mantém vínculo com o patriarca, dificultando a ele, de saber a quantidade de membros em sua árvore genealógica.

Segundo Antenor Filho, apesar da idade, o idoso está lúcido e é saudável. Toma apenas um medicamento para pressão arterial e outro para colesterol. Entre os problemas de saúde que teve há uma alteração cardíaca, controlada atualmente com um marcapasso.
Ele explicou que a família vive em casas separadas e ele se dispôs a fazer companhia ao pai, depois que a mãe adoeceu e morreu, há cerca de cinco anos.

O filho afirma ainda que o pai é lúcido, ativo, faz suas refeições sem ajuda, cuida das coisinhas dele. Ele leva uma vida normal, gosta de forró e de receber visitas.
Mesmo com toda a disposição do pai, Antenor Filho disse que prefere evitar acidentes, restringindo algumas atividades. “Se deixar, ele sai sozinho, vai para o fogão, mas acho melhor deixar esses cuidados comigo”.

Sempre foi um homem que gostava de ajudar as pessoas, dar bons conselhos e amava trabalhar.” Fazia isso com enorme prazer e sempre fez questão de ir para o trabalho com disposição. Acho que tudo isso contribuiu para ele chegar aonde chegou”, diz o filho ao revelar o segredo da longevidade do pai.

Ao completar 100 anos, Antenor Oliveira recebeu também uma homenagem do Sindicato Metabase de Itabira e Região, reconhecido como o associado mais velho da instituição. Ele se filiou ao sindicato no dia 8 de abril de 1958, sob a matrícula 1.809, e trabalhou na Vale até 1982, onde se aposentou aos 59 anos de idade na função de soldador. O Sindicato Metabase conferiu ao associado mais antigo uma placa metálica e um cartão felicitando pela longevidade.

Antes de entrar na mineradora, trabalhou em armazéns (comércio da época) e serviu o exército, do qual tem o maior orgulho de falar.

Matéria publicada na edição 791 do Folha Popular