Cerca de 25% do gramado ficou danificado e empresário garante que vai recuperá-lo
O show com a dupla sertaneja Henrique e Juliano, realizado na noite de sábado (20) no estádio do Valério, deixou o gramado do campo de futebol destruído. A destruição do gramado, se tornou o principal assunto nas redes sociais da cidade nesta segunda-feira (22). Um vídeo mostra a grama pisoteada, esburacada, transformada num verdadeiro lamaçal. As imagens compartilhadas em grupos de WhatsApp e no Facebook mostram que o campo ficou sem qualquer condição de uso, provocando preocupação e indignação com a situação. Porém, o presidente do clube, João Mário de Brito, garante que o estrago não é tão grande como parece.
“Tivemos cerca de 25%, ou um percentual mais ou menos assim, do gramado danificado. Mas a grama ainda está lá e vamos recuperar”, afirmou João Mário.
O presidente ainda explicou que o clube está resguardado de prejuízos no contrato assinado com as empresas responsáveis pelo show. Há cláusula contratual, disse ele, que assegura ações corretivas em eventuais danos causados ao gramado e instalações, sob pena de ressarcimento ao clube por todas as despesas contraídas para eventuais correções.
Entretanto, em princípio, João Mário descarta recorrer a esta cláusula. De acordo com ele, o gramado já apresentava problemas anteriores ao show e o clube já estava buscando formas de resolvê-los. “Estamos numa parceria com pessoas sérias, com valores de vida, e, portanto, comprometidas com obrigações. O gramado não teve 20% de avarias. E mais, quem entende do ramo sabe que todo o gramado do Valério carece de tratamento e correções no piso para a prática de jogos oficiais”.
Por meio de parceria firmada há cerca de 60 dias, o clube já tinha garantido inclusive adubamento de todo o gramado do campo, previsto para ocorrer em dezembro.
Um dos fatores que contribuíram para a destruição do campo foi a chuva que caiu em Itabira durante todo o fim de semana.
No entendimento de João Mário, o show foi uma medida assertiva, que ajudará o clube a pagar o décimo terceiro salário dos funcionários. O lucro obtido foi de R$ 7 mil.
Ele lamentou a repercussão dada ao caso, o que atribuiu à oposição, que torce contra a atual diretoria. “Lamento que algumas pessoas, de forma maliciosa e desleal, fixaram e congelaram imagens só no ponto onde o gramado foi danificado. E divulgaram apenas para satisfação de ego. Mas temos um mandato em andamento e vamos nos dedicar, sem medir esforços”, disse João Mário, lembrando que o clube completará 80 anos e ele, como presidente, o entregará em melhor condição do que quando assumiu.
Internautas querem saber quem vai pagar o conserto
A grande questão dos internautas é saber sobre quem vai se responsabilizar pela recuperação do gramado e pelos prejuízos. Outro questionamento que todos estão fazendo é sobre o tempo que essa recuperação vai demorar.
Entre as pessoas que estão postando a situação do gramado, aparecem empresários, políticos e pessoas que usam os serviços oferecidos pelo clube. A vereadora Rosilene Félix Guimarães “Rose” (MDB) mãe de um aluno que frequenta a escolinha de futebol do Valério, não se contentou em compartilhar as postagens recebidas em suas redes sociais. Ela fez questão de ir pessoalmente ao clube, ficou ainda mais preocupada depois de ver o problema de perto e se propôs a interagir ainda mais com os seus seguidores.
Rose Félix reconheceu que as fotos mostram mais do que parece, mas ao olhar de perto, a preocupação só aumenta. “A gente fala do gramado, mas não é só o gramado. Estava cheio de buracos lá. Ficou buraco no lugar (onde o público pisoteava). Foi totalmente pisoteado. Ainda que cresça uma grama, se uma pessoa passar correndo no campo vai torcer o pé”, disse ela, dando uma dimensão do problema.
Para a vereadora, a solução deve incluir uma intervenção no piso inteiro do campo. “Não tem como jogar futebol só na metade do campo”, afirmou, lembrando que uma avaliação técnica é que vai indicar a solução necessária.
O assunto será levantado pela vereadora também na reunião da Câmara desta terça-feira (23). Por entender que o Valério é uma associação privada, Rose Félix defende que o clube deve satisfações à sociedade e cobrará uma providência imediata sobre a situação.
“Na verdade, o Valério não é um espaço particular. É uma associação privada. E as associações privadas têm uma autonomia de gestão, mas [o clube] é uma entidade que também recebe dinheiro público. O próprio prefeito falou que iria ressuscitar o Valério este ano. E recebe dinheiro público, da Vale, das campanhas, então, não é uma empresa privada. As associações têm um dever de prestar contas para a sociedade, justamente por elas terem esses benefícios aí, por receberem emendas parlamentares, por poderem fazer convênios e parcerias com o poder público”, alegou.
A Prefeitura foi procurada pela reportagem para explicar como pretende tratar o caso. De acordo com a Assessoria de Comunicação, por se tratar de uma entidade privada, o prefeito não deverá se pronunciar a respeito.