Apicultores participam de palestras nos 10 anos da Aapitar

Saiba da grande importância das abelhas para a humanidade

FOTO: Participantes durante o evento na Câmara de Itabira

No sábado (8), a Associação dos Apicultores de Itabira e Região (Aapitar) recebeu estudantes, profissionais do segmento e interessados em explorar essa cultura para a primeira edição do Seminário de Apicultura. O evento gratuito, comemorou 10 anos de fundação da Aapitar e teve a adesão de quase cem participantes de Itabira e região.

Para participar, o interessado trocou o ingresso por alimentos não perecíveis, que serão encaminhados ao banco de alimentos, para doação à entidades beneficentes cadastradas. Na abertura do seminário de apicultura, o presidente da Aapitar, Antônio Carlos Mariano, e o tesoureiro, Anísio Lacerda, deram boas vindas aos participantes e explicaram o fortalecimento da associação ao longo desses dez anos, contribuindo para o segmento se manter ativo.

Quatro especialistas mostraram a forma correta de manejo, situação do mercado, novas tendências, tecnologias, fórmulas para se estabelecer no mercado, e ampliar a linha de produção.

Palestraram: a doutora Esther Bastos, com o tema perspectivas de mercado e inovação; o professor Dejair Message, destacando benefícios da troca de rainhas e a genética; o professor do Instituto Federal de São João Evangelista, Roberto Carlos Alves, abordando gestão da produção de mel e o apicultor Robson Souza Raad, que passou orientações sobre manejo para alta produtividade de mel. Ao final do encontro houve mesa redonda, quando os palestrantes responderam perguntas do público.

Várias associações ligadas à apicultura estiveram presentes: Aapitar (Itabira), Apimel (Rio Piracicaba), Apisab (Sabinópolis), Afa (Ferros), Apivir (Virginópolis) e Apisgra (São Gonçalo do Rio Abaixo). Segundo a organização do evento, entre os inscritos havia representantes de 12 cidades: Itabira, especialmente da localidade de Ribeirão São José, Sabinópolis, Guanhães, São Gonçalo do Rio Abaixo, Santa Bárbara, Rio Piracicaba, São João Evangelista, Dom Joaquim, Antônio Dias, Ferros, Virginópolis e Matheus Leme.

O evento teve apoio da Emater (Empresa de Assistência Técnica a Expensão Rural do Estado de Minas Gerais), Prefeitura de Itabira e Câmara Municipal de Itabira. Os patrocinadores foram: faculdade UNA, Sindicato Rural de Itabira, Cenibra e Mel Santa Bárbara

Aapitar

A Associação começou a ser discutida no dia 8 de dezembro de 2008, pela necessidade de unir os produtores. A idéia saiu do papel dia 4 de junho de 2009, fortalecendo a cultura, promovendo capacitação, ganhando experiência e organizando a categoria.

A importância das abelhas para os alimentos

A função principal, ou mais explorada, das abelhas é a da polinização. O papel das abelhas neste processo é crucial, já que se descobriu que cerca de 2% das abelhas selvagens do planeta são responsáveis pela polinização de 80% das culturas mundiais.

Isto significa que sem abelhas não haveria frutos silvestres, tomates, abacates, couves, maçãs, amêndoas, laranjas, entre muitos, muitos outros alimentos. O que significaria, então, a uma escala global, o desaparecimento das abelhas? Possivelmente, enormes dificuldades em produzir comida para toda a população do mundo.

Na cadeia alimentar

Mas não só são os humanos a beneficiar dos alimentos que existem graças às abelhas. Os animais também se alimentam de vegetais, pelo que também eles sofreriam.

As abelhas são responsáveis por grande parte da polinização mundial de alfafa, que é amplamente usada para alimentar gado. Aqui, a importância das abelhas manifesta-se indiretamente, mas sabemos que se não houver abelhas, não haverá alimentos para os animais herbívoros.

Por sua vez deixariam de alimentar os animais carnívoros, destruindo a agricultura e a indústria, por exemplo, de alimentos lácteos.

Para os ecossistemas

Imaginemos que não mais existiam abelhas. O que é que representaria para os ecossistemas? Resposta simples: o fim deles.

Se não houver abelhas, não se dá 80% da polinização, não haverá alimentos para grande parte dos pássaros, insetos e outros animais, toda a cadeia alimentar sofre, os animais morrem. O ecossistema fica destruído.

Além disso, as abelhas contribuem em muito para a biodiversidade no planeta. Um exemplo? As abelhas polinizam flores selvagens que enriquecem as paisagens e jardins.

Como indicadores de saúde

Sabia que as abelhas são um importante indicador da saúde de um ecossistema ou habitat?

As abelhas estão organizadas em colónias, cuja esperança de vida é de vários anos. A presença de uma colónia duradoura de abelhas indica a saúde do ecossistema. As abelhas são dos insetos mais sensíveis e que menos tolerância a alterações climáticas têm. Se vir um jardim cheio de abelhas (o que é raro, hoje em dia) sorria, é bom sinal!

Morte das abelhas

Os especialistas estão preocupados com a diminuição das populações, principalmente na Europa e na América. As razões para esta quebra nas populações incluem: agricultura intensiva, uso de pesticidas, poluição, introdução de espécies de diferentes partes do mundo, doenças, uso de culturas geneticamente modificadas e alterações climáticas – lembre-se que as emissões de dióxido de carbono voltaram a aumentar.

Além destas, os cientistas apontam mais uma razão: dedicar extensas áreas ao cultivo de uma única cultura cria habitats pobres para polinizadores como as abelhas. De notar que a criação em massa de abelhas e o seu transporte também causa a propagação de doenças entre as colónias.

Larvas desenvolvem-se em abelhas adultas. Aos 10 dias de idade as abelhas segregam cera que depois usam para criar os hexágonos da colmeia. Porquê o hexágono? Mais

Como ajudar

Um estudo recente, em que se fez uma experiência, mostrou que um aumento da temperatura média de 1,8ºC a 2,6ºC – o mesmo aumento que se espera vir a ter a nível mundial até 2099 – é fatal para as abelhas. Combater o aquecimento global ajuda a preservar as abelhas e os ecossistemas do planeta.

Limitar o uso de pesticidas e preferir produtos biológicos também é uma boa forma de contribuir para a conservação das abelhas e aumento das suas populações – além dos efeitos benéficos para a saúde, para os ecossistemas e para centenas de outras formas de vida que não as abelhas.

Procure ter no seu jardim diversidade de plantas “amigas das abelhas”: manjerico, funcho, malva, manjerona, oregãos, alecrim, tomilho, hortelã, margaridas, girassóis, papoilas… muitas flores!

E como as abelhas também precisam de água, se estiver mesmo investido em fazer a diferença para as abelhas do seu jardim, pode optar por deixar uma pequena taça com água fresca para as abelhas beberem. Mas lembre-se! Também afogam, pelo que coloque algumas pedras na taça para reduzir a profundidade da água.

Uma outra precaução a ter, e muito importante, é a atenção às vespas asiáticas que, como sabemos, são uma espécie invasora e predadora das abelhas e das vespas comuns. Caso encontre um ninho de vespas asiáticas, contacte a linha SOS AMBIENTE (808 200 520) ou a plataforma SOS Vespa em sosvespa.pt.