30 dias de portas fechadas: Lojistas protestam em Monlevade e Itabira

Carreata passou por várias ruas de Itabira na tarde de segunda-feira (5)

Desde o dia 8 de março o comércio não essencial acumula perdas devido ao decreto da onda roxa, do Governo de Minas, que proíbe funcionamento.

Nesta segunda-feira (5), perto de completar 30 dias de portas fechadas, empreendedores individuais e microempresários, os mais afetados, perderam a paciência e promoveram carreata, parando nas prefeituras de João Monlevade e Itabira para cobrar dos prefeitos uma alternativa para flexibilizar as determinações.

“Um mês sem faturar terá reflexo direto na economia, com milhões em prejuízos, demissões em massa e fechamento de muitas lojas”, alertavam os comerciantes.

Em João Monlevade, (foto), eles foram recebidos no gabinete pelo prefeito Laércio Ribeiro (PT), e o vice Fabrício Lopes (Avante), procurador geral do município, Hugo Martins, do chefe de gabinete, Geraldo Giovane Silva, do assessor de comunicação, Geraldo Magela Gonçalves “Dindão” e o líder do governo na Câmara, vereador Belmar Diniz (PT).

Durante a reunião, os lojistas manifestaram preocupação com a situação da pandemia em João Monlevade, alegando que estão sensíveis ao colapso do Hospital Margarida. Porém, eles reclamam que a Onda Roxa não surtiu efeito, ocorrendo aglomerações. Os comerciais afirmam também que os pequenos estabelecimentos foram os mais prejudicados.
Segundo os lojistas, o decreto que a prefeitura havia editado anteriormente estaria muito mais adequado e justo que o atual do governo do estado.

Laércio Ribeiro, ao receber os lojistas deixou claro que sempre estará aberto ao diálogo. Ele explicou que as regras atuais são uma imposição do Governo Estadual diante do avanço do coronavírus na cidade e em todo o Estado. O prefeito argumentou que o município pode aumentar as restrições, mas não pode flexibilizar mais do que a onda roxa permite.

Já o vice-prefeito, Fabrício Lopes, mencionou que, além de não se poder flexibilizar, diante a imposição do governo estadual, uma flexibilização no momento é inimaginável, lembrando que atualmente a taxa de ocupação dos leitos especializados no atendimento a pacientes com Covid-19 no Hospital Margarida está muito acima de sua capacidade.

Na oportunidade, Laércio solicitou dos lojistas sugestões para incrementar o novo decreto que a prefeitura está preparando para que atenda os anseios da categoria – que reclamaram também que os grandes supermercados abrem e comercializam as mesmas mercadorias que eles vendem – sendo sugerido que estes devem estar liberados para venderem apenas gêneros alimentícios.

Ao final da reunião foi acordado com a comissão que a atual administração se compromete a estudar mais formas de restringir aglomerações, sendo que o objetivo é diminuir a incidência de casos de coronavírus, reduzindo a taxa de ocupação dos leitos no hospital, salvando vidas e permitindo que o município saia mais rápido da Onda Roxa.

Um novo decreto mais restritivo ficou de ser publicado ainda esta semana com término no dia 12, quando uma nova reunião será realizada com o grupo.

ITABIRA

Em Itabira não foi diferente. Após a manifestação pelas ruas da cidade, também na segunda-feira (5), os lojistas foram para a Prefeitura.

Eles foram recebidos pelo prefeito Marco Antônio Lage. Também participaram os secretários de Governo, Gabriel Quintão, e de Desenvolvimento Econômico, Breno Pires, além do chefe de Gabinete, Alfredo Drummond.

O grupo discutiu, em conjunto, possíveis protocolos de reabertura das atividades consideradas não essenciais pelo programa Minas Consciente. As medidas serão construídas em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e ao longo da semana serão novamente debatidas entre o grupo para em seguida serem anunciadas, quando todos os indicadores e métodos estiverem definidos.

Durante a conversa, o prefeito Marco Antônio comentou sobre a queda no índice de transmissão da Covid-19 em Itabira desde a instituição da Onda Roxa e reafirmou que a meta é baixar o Rt para índice inferior a 1 ponto. Atualmente, esse indicador está em 1,13, segundo aferido na última sexta-feira (2), o que significa que um grupo de 100 pessoas contamina outras 113. O Rt abaixo de 1 indica que a pandemia está em desaceleração.

Marco Antônio ainda discorreu sobre as medidas de auxílio econômico que são preparadas pela Prefeitura, entre elas um fundo de incentivo de R$ 12 milhões e o projeto de anistia de dívidas de créditos tributários e não tributários municipais (Refis). Ambas serão encaminhadas à Câmara de Vereadores na segunda quinzena de abril.